Parlamento russo se nega a culpar os 'antinacionais' Gorbachev e Yeltsin pelo fim da URSS

O Parlamento da Rússia (Duma) recusou-se a aprovar um projeto de lei descrevendo as atividades dos ex-líderes Mikhail Gorbachev e Boris Yeltsin, que levaram ao fim da União Soviética, como "destrutivas e anti-nacionais".
Sputnik

A proposta rejeitada foi elaborada pelo Partido da Oposição Nacionalista-Populista, o LDPR.

"Para a justiça histórica, é necessário fazer uma avaliação das atividades políticas do primeiro presidente soviético Mikhail Gorbachev e do primeiro presidente russo Boris Yeltsin, reconhecendo essas atividades como destrutivas e antinacionais", diz o documento, citado pela Sputnik.

Membros do LDPR disseram que as políticas da Perestroika de Gorbachev e as subsequentes reformas de mercado lançadas por Yeltsin "pioraram a situação dentro do país e as posições da Rússia na arena internacional" e conclamaram a atual geração de políticos russos a não repetir os erros do passado.

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O Comitê de Regulamentação e Controle da Câmara Baixa rejeitou o projeto, mas observou que seus membros "compartilhavam os arrependimentos dos autores do documento".

Os especialistas do comitê escreveram que a proposta carecia de exemplos específicos de decisões erradas e prejudiciais feitas por Yeltsin e Gorbachev, ou prova de que os eventos dramáticos deste período da história da Rússia surgiram como resultado dessas decisões.

Em comentários anteriores sobre a iniciativa do LDPR, Gorbachev classificou o movimento como uma tentativa de aumentar as tensões dentro da Rússia. O primeiro e único presidente soviético também prometeu não adotar medidas recíprocas contra o LDPR, mas disse que o partido deveria ser dissolvido por ações que criam conflitos entre os cidadãos.

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