Zumbis 'de verdade': conheça seres terrestres capazes de resistir à morte

Alguns organismos conseguem sobreviver por centenas e até milhares de anos em condições extremas, sem água, oxigênio e calor, graças à chamada criptobiose – um estado de grande redução da atividade metabólica. Que seres vivos são capazes de tal milagre e poderá um humano entrar neste estado?
Sputnik

O estudo deste fenômeno misterioso da biologia, chamado de animação suspensa, começou ainda no século XVIII, mas continua suscitando muitas dúvidas.

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Nas últimas décadas, este fenômeno tem sido designado criptobiose. Neste estado incomum, um organismo não apresenta sinais de vida e não é possível detectar o processo de metabolismo. Para entrar em criptobiose, um ser vivo deve estar em condições extremas, sem água, oxigênio e calor.

Entre tais heróis está, por exemplo, o invertebrado tardigrada que habita por todo o planeta e precisa de água para funcionar bem. Sem água, a tardigrada seca e o metabolismo deste ser vivo se reduz em quase 100%, possibilitando sobreviver em ambiente ácido, básico, tóxico, com temperaturas extremamente altas e baixas, no vácuo, no espaço, sob pressão alta, radiação e sem oxigênio.

Muitos outros microrganismos, invertebrados e plantas avasculares também podem permanecer vivos sem água.

O organismo entra em estado criptobiótico total ao ficar congelado no pergelissolo ou no gelo a uma grande profundidade. Assim, recentemente, cientistas italianos conseguiram reanimar um musgo que permaneceu no gelo da Antártida por pelo menos seis séculos. Da mesma maneira, foram reanimados vírus gigantes que tinham sido encontrados no solo congelado há dezenas de milhares de anos.

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Animais mais complexos e plantas não vasculares também são capazes de sobreviver em condições adversas, mas não suspendem o metabolismo, apenas o reduzem. Este estado se chama de dormência, sendo uma caraterística dos animais de "sangue frio" e moluscos, enquanto os mamíferos entram em hibernação. Neste período, sua temperatura diminui alguns graus ou cai até abaixo de zero, como acontece com o esquilo-do-ártico.

O fenômeno de redução de metabolismo representa um grande interesse para a exploração do espaço, pois pode ser usado para levar astronautas a outros planetas se um voo durar muitos anos.

No entanto, os cientistas têm dúvidas que os humanos possam sobreviver a criptobiose. É que o congelamento causa a destruição de células e não se sabe por enquanto como protegê-las. Ainda por cima, estar em criptobiose por muito tempo prejudica o DNA. Enquanto o organismo ativo se atualiza constantemente, o DNA se conserta, mas isso não é possível com metabolismo reduzido. Neste caso, os humanos precisarão de muito tempo para acordar ou morrerão sem acordar.

Mesmo assim, criptobiose, hibernação e outras variantes do fenômeno atraem muita atenção dos cientistas. Muitas perguntas ainda estão por responder: o que origina estes estados, como as células permanecem vivas e como conseguem acordar depois.

Especialistas indicam também um possível uso prático destes conhecimentos, inclusive para preservar alimentos, células e tecidos, e talvez congelar pessoas doentes para curá-las posteriormente.

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