Ucrânia continua 'publicitando' suas novas armas, mas parece que em vão

A Ucrânia começou a produção em série do carro blindado Atlet que, segundo as autoridades, "dispõe de um potencial significativo de exportação". Em entrevista à Sputnik, o especialista em assuntos militares Aleksei Leonkov revelou ao que esse projeto pode levar.
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A notícia sobre o início da produção maciça dos respectivos veículos foi publicada pela primeira vez pelo consórcio ucraniano Ukroboronprom no Facebook. No comunicado, frisa-se que o carro se destina a garantir a manutenção técnica das unidades blindadas.

​"O veículo permite realizar operações de evacuação e o conserto de equipamentos em condições de campo. O Atlet está equipado com um guindaste com capacidade de carga de até 25 toneladas, graças ao que se pode efetuar a substituição de blocos e agregados principais de um tanque, inclusive a torre e o motor. Os equipamentos especiais permitem realizar o reboque de veículos à velocidade de até 25 km/h", precisou a empresa.

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Já o presidente ucraniano, Pyotr Poroshenko, destacou o "potencial significativo de exportação" na sua página do Facebook e disse que isso contribuirá para viabilizar mais a respectiva fábrica em Kharkov.

Ao falar com o serviço russo da Rádio Sputnik, o diretor comercial da revista Arsenal Otechestva e especialista em assuntos militares, Aleksei Leonkov, assinalou que por enquanto é bem cedo para falar do seu potencial de exportação.

"De vez em quando, na Ucrânia surgem informações que ela começou a produzir algum tipo de material militar que ‘supera seus análogos'. Mas na maioria dos casos isto não dá em nada. O problema é que a indústria ucraniana, especialmente o complexo militar industrial, está em uma crise profunda, pois já foi esgotada toda a capacidade produtiva, lhes faltam especialistas", explicou.

Ademais, ele enfatizou que não se trata realmente de novas unidades produzidas em série, mas de protótipos "esperando que alguém os financie".

"Quando a Ucrânia lança um anúncio sobre seus novos 'modelos de armamentos', devemos entendê-los como modelos publicitários, que [eles] encontram um patrocinador e alguém encomendou um lote. Mas não é assim que funciona o mercado de armas. Quando um modelo novo aparece no mercado, os compradores conferem se ele está em serviço das tropas, como ele se comportou, se existe uma produção em série. Só nesse caso se fala de compras. Mas a Ucrânia ainda não tem isso", concluiu.

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