Novas sanções dos EUA violam leis internacionais e retaliação virá, dizem oficiais russos

As novas sanções impostas pelos Estados Unidos violam os princípios do livre comércio e provocam uma resposta "assimétrica" de Moscou, segundo legisladores russos. Eles também disseram que as restrições são um "beco sem saída".
Sputnik

"Os americanos estão indo para a ofensiva contra a Rússia", disse o vice-chefe da Comissão de Assuntos Internacionais do Senado russo, Vladimir Dzhabarov, à Sputnik, comentando a nova lista de sanções emitida pelo Tesouro norte-americano nesta sexta-feira.

No total, 24 russos e 14 entidades foram colocados na lista, incluindo em particular o ministro do Interior da Rússia, Vladimir Kolokoltsev, bem como o chefe do Comitê de Assuntos Internacionais do Conselho da Federação Russa, Konstantin Kosachev. As sanções também visaram bilionários russos, como Oleg Deripaska e Alexey Miller.

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Dzhabarov classificou o movimento dos EUA de "ultrajante" e disse que é uma manifestação da "impotência" e "psicose" de Washington, alimentada pelo fato de que muitos dos recentes projetos políticos dos EUA, incluindo sua operação na Síria e tentativas de encontrar evidências da suposta interferência da Rússia na eleição de 2016 nos EUA fracassaram.

O senador assinalou que essas ações empreendidas pelos EUA só podem levar a uma escalada das tensões entre Moscou e Washington e, possivelmente, até mesmo um impasse.

"Este é um beco sem saída. A Rússia não deve ficar com medo, para não mencionar o que está quebrado, por [essas medidas]", disse Kosachev. Suas palavras foram repetidas pelo vice-chefe da Duma russa, Pyotr Tolstoy, que também disse que as sanções "não trariam resultados", mas apenas "levariam ao agravamento das relações já tensas entre os dois países".

Resposta russa virá

Tentativas dos EUA de impor sua vontade à Rússia e forçá-la a abandonar a política externa independente estão condenadas ao fracasso diplomático e político, disse Tolstoy. Ao mesmo tempo, Moscou não deixará tais medidas hostis sem resposta.

"Acredito que precisamos dar uma resposta assimétrica [para infligir] perdas econômicas significativas que desencorajariam nossos oponentes de novas violações da OMC [Organização Mundial do Comércio] e dos princípios do direito internacional", disse o membro da DPD Vladimir Guteneev.

Ele acrescentou que Moscou tem os recursos necessários para isso. Suas palavras foram repetidas por Dzhabarov, que disse que a possível resposta de Moscou poderia "afetar vários campos, incluindo política e economia".

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Konstantin Kosachev chamou o movimento de "mais um passo equivocado, hostil e sem sentido". Ele também disse que Washington procura esconder a ausência de uma estratégia real nas relações com a Rússia por trás das sanções, que visam justificar as ações atuais contra Moscou.

O secretário do Conselho de Segurança da Rússia e ex-diretor do Serviço Federal de Segurança (FSB), Nikolay Patrushev, que também foi incluído na última lista de sanções, disse que as novas medidas não impediriam que Moscou e Washington continuem dialogando sobre questões importantes.

"O fato de que eles impuseram algumas sanções não significa que não nos comunicaremos com eles", disse ele, acrescentando que autoridades russas e americanas podem até mesmo se reunir em território neutro em um terceiro país, se necessário, independentemente de sanções.

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