Em 3 de abril, o Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR, na sigla em inglês) anunciou que aplicará tarifas sobre as importações de 1.300 produtos chineses, com um valor total de 50 bilhões de dólares (R$ 160 bilhões). Dois dias depois, o presidente Donald Trump disse que está disposto a aumentar as tarifas com um valor de 100 bilhões de dólares (R$ 320 bilhões).
Setor energético
A China é o maior comprador regional de petróleo norte-americano, bem como de gás natural liquefeito. As matérias-primas poderão ser arrastadas para a guerra comercial se as tensões continuarem crescendo, avisaram Heesu Lee e Stephen Stapczynski em seu artigo para a Bloomberg.
Os autores citaram Will Yun, um analista de petróleo cru da Hyundai Futures Corp. Ele afirmou que Pequim se dá conta de uma possível reação dolorosa dos EUA às medidas contra o setor da energia, portanto, as usaria com cuidado.
"A China pode se recusar a importar portadores de energia norte-americanos em qualquer momento, porque existem outras fontes de abastecimento. Para os EUA, o setor da energia é uma questão muito sensível. Os países podem finalmente resolver o conflito e chegar a um acordo e a China pode não usar a energia na etapa inicial da disputa. É um ás na manga e o país tentará usá-lo de maneira sábia", disse ele.
A China é também o maior comprador de gás natural liquefeito norte-americano: no quarto trimestre, o volume das importações chinesas chegou a cerca de 750 milhões de metros cúbicos por dia.
Títulos públicos
Pequim também tem uma "opção nuclear": a venda de títulos do Tesouro dos EUA, advertiram à Reuters os financistas norte-americanos.
Os especialistas reconheceram que, no caso de uma venda significativa desses títulos públicos pela China, os EUA enfrentarão um aumento significativo nas taxas de juros.
Entretanto, tal como no caso da energia e das importações de petróleo norte-americano, os especialistas sublinharam que a China não aplicará essa medida imediatamente.