"A Rússia promete abater quaisquer mísseis disparados contra a Síria. Prepare-se, Rússia, pois eles estão chegando, bons, novos e 'inteligentes'! Você não deveria se ter aliado ao animal assassino com gás que mata o seu povo e gosta disso!", escreveu o líder estadunidense na sua página.
O anúncio aparece na sequência da declaração do presidente feita em 9 de abril, quando Trump afirmou que nas 48 horas seguintes ele e sua administração decidiriam como os Estados Unidos iriam responder ao suposto ataque químico da cidade síria de Douma.
A agência de notícias turca Yeni Safak informou, citando suas fontes, que Washington já teria escolhido 22 alvos, inclusive russos, na Síria.
Porém, passada uma meia hora, o líder dos EUA parece ter abrandado a retórica, se perguntando se chegou a hora de por fim à corrida armamentista.
"Nosso relacionamento com a Rússia hoje é pior que nunca, inclusive na época da Guerra Fria. Não tem motivo para isso. A Rússia precisa de nós para salvar sua economia, algo bem fácil de fazer, e precisamos que todas as nações cooperem. Terminar a corrida armamentista?", publicou.
Vale ressaltar que, em 2013, na época da presidência de Barack Obama, que também considerou as mesmas variantes de agressão militar contra a Síria, Trump expressou uma opinião completamente oposta.
"Não ataquem a Síria — esse ataque não vai trazer nada senão problemas para os EUA. Se foquem em fazer nosso país forte e grande de novo!", escreveu ele no Twitter em 9 de setembro de 2013.
Já a chancelaria russa, representada por Maria Zakharova, se apressou a comentar a declaração provocatória de Trump, assinalando que os ataques norte-americanos deveriam ter como alvo os terroristas e não o governo do país que combate ao terrorismo.
"Os mísseis inteligentes devem voar em direção dos terroristas e não de um governo legítimo que luta contra o terrorismo internacional no seu território por muitos anos", escreveu Zakharova no Facebook.
"A propósito, os inspetores da OPAQ [Organização para a Proibição de Armas Químicas] foram avisados de que agora os mísseis inteligentes vão destruir todas as provas de uso das armas químicas no terreno? Ou toda a ideia consiste em rapidamente se livrar dos vestígios de uma provocação [com cloro] através de mísseis inteligentes, para que os inspetores internacionais já tenham nada para buscar como provas?", escreveu a diplomata.