Notícias do Brasil

Gleisi Hoffmann e Al Jazeera: 'apologia ao terrorismo' revela o mecanismo das fakenews

O Senado se alvoroçou esta semana após a presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), ter gravado um vídeo para a emissora Al Jazeera, no qual afirmou que o ex-presidente Lula é um preso político. Entre os críticos, alguns classificaram a declaração de "apelo ao terrorismo" e de convocação do "exército muçulmano".
Sputnik

A senadora denunciou aquilo que chamou de prisão política do ex-presidente Lula e convidou "a todos e a todas" a se juntarem na luta em apoio ao político. O vídeo foi veiculado nesta terça-feira pela emissora árabe, sediada no Qatar.

Em uma das partes da declaração, a senadora afirma que "Lula foi condenado por juízes parciais num processo ilegal. Não há nenhuma prova de culpa, apenas acusações falsas".

"A prisão de Lula é a continuidade do golpe que se iniciou em 2016, com a retirada da presidenta Dilma do governo. Ela não cometeu nenhum crime, assim como Lula também não cometeu. É um preso político. Ele é inocente."

Essas publicações atingiram milhares vizualizações e foram compartilhadas por muitos usuários como notícias de fato, quando na verdade o discurso que atribuem à senadora nunca foi dito por ela.

Literalmente, colocam palavras na sua boca de Hoffmann, já que a presidenta do PT em momento algum citou nome de nenhum grupo terrorista, bem como não pediu nenhum tipo de intervenção na soberania do país.

Além disso, ficou claro o preconceito de uma parte considerável da população que ficou menos alarmada com o discurso da Gleisi, do que com o meio de informação escolhido, a Al Jazeera. A identificação de um meio de comunicação árabe ao terrorismo nem precisa ser comentada.

O comentador da rádio CBN, por exemplo, afirmou que Al Jazeera está ligada à "organizações militantes árabes", sem menor preocupação de citar qualquer fonte. 

A senadora, é claro, rebateu a ofensiva de interpretações feitas de má fé no Senado. Não está claro, no entanto, se o seu discurso terá tanto potencial de viralização, quanto os memes e os vídeos que apelam para "apologia ao terrorismo".

Por isso, sempre vale republicar as fontes e não ceder à avalanche de informações.

Comentar