Ao longo de 2018, tem aumentado o número de aviões de reconhecimento estrangeiros nas fronteiras russas, comunicou a edição Gazeta.ru. Apenas durante os primeiros 20 dias de abril, o número de aviões de reconhecimento estrangeiros já excedeu o mesmo indicador de janeiro.
Em fevereiro, foram registrados 78 casos deste tipo e por 21 vezes aviões russos decolaram para interceptá-los. A mesma dinâmica se manteve em março: 80 aviões de reconhecimento e 20 intercepções.
O major aposentado da Força Aeroespacial da Rússia, Vitaly Sokolovsky, comparou as atividades de reconhecimento de aviões estrangeiros nas fronteiras russas com uma situação similar que surgiu na década de 1930 devido aos espiões nazistas.
"Se nos lembrarmos da Grande Guerra pela Pátria (parte da Segunda Guerra Mundial, compreendida entre 22 de junho de 1941 e 9 de maio de 1945, e limitada às hostilidades entre a União Soviética e a Alemanha nazista e seus aliados), em 1938 os aviões alemães costumavam voar periodicamente ao longo das nossas fronteiras, violavam estas, argumentando que se tinham perdido. Finalmente, em três anos, começou a guerra. Por isso [esta atividade] é anormal", sublinhou o militar russo.
Por sua vez, o especialista em aviação militar Aleksei Vlasov afirmou que o aumento do número de aviões de espionagem estrangeiros nas fronteiras da Rússia está diretamente relacionado com a situação internacional.
"Quanto maior é a tensão, mais aviões de reconhecimento há. Isso significa que alguns países querem nos assustar um pouco", comentou o especialista.
Porém, ele acrescentou ter outra explicação possível: "Se o número de aviões-espiões aumenta drasticamente em algum momento, isso pode indicar que se prepara na região uma operação de reconhecimento."
Em 2017, os aviões russos realizaram 294 voos para interceptar e escoltar aeronaves inimigas.