Opinião: porta-aviões russo Admiral Kuznetsov é 'enorme fator político'

Recentemente foi firmado o contrato para reparação do porta-aviões russo Admiral Kuznetsov até 2021. O especialista militar explica que papel desempenha esse navio e porque é tão importante para a Marinha da Rússia.
Sputnik

O Admiral Kuznetsov entrou em serviço em 20 de janeiro de 1991 e, até o momento, é o único porta-aviões e serve como navio-almirante da Marinha da Rússia.

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Neste contexto, copresidente da União de Veteranos dos Serviços de Combate da Marinha da Rússia, Viktor Blytov, revelou em comentário ao serviço russo da Rádio Sputnik o objetivo principal que desempenha esse navio no serviço russo.

Na opinião dele, a tarefa principal do Admiral Kuznetsov é garantir a segurança da Rússia nas áreas mais afastadas.

"O Admiral Kuznetsov — é um navio necessário para nossa Marinha do ponto de vista de sua utilização em combate e [em termos] de raio de ação", destaca o especialista.

"Representa um perigo para o adversário: os estadunidenses tencionam deixar seu porta-aviões Harry Truman no mar Mediterrâneo para ameaçar [a Rússia]", assegura.

"Pode servir de plataforma para os aviões mais modernos", disse, acrescentando que o "Admiral Kuznetsov é um aeródromo móvel que podemos deslocar a qualquer lugar e proteger os nossos interesses [da Rússia]".

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Entretanto, o especialista chamou atenção para o objetivo principal desse navio, ou seja, "parar o inimigo à maior distância possível para que não possa usar sua força contra nós: mísseis de cruzeiro e aviação".

Além disso, Blytov opina que o navio deve estar, não perto do litoral sírio, onde existe uma base russa, mas sim nas proximidades das costas da África, Ásia ou América Latina.

Sua presença lá "é um enorme fator político" e "se destina a que os adversários pensem antes de tomar quaisquer medidas", sublinhou.

Ao comentar necessidade de porta-aviões na Marinha, o especialista frisou: "Se vocês acham que nós não precisamos de porta-aviões, olhem para outros Estados: EUA têm 11 porta-aviões nucleares, China — já construiu o segundo, e a Inglaterra também construiu um."

Mais cedo, o vice-ministro russo da Defesa, Yuri Borisov, afirmou que os trabalhos de reparação devem ser cumpridos até 2020, e em 2021 o navio deve voltar ao serviço da frota. Espera-se que a modernização do navio aumente seu tempo de serviço por mais 25 anos.

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