As empresas tentam atrair clientes potenciais de maneiras diferentes.
Alguns se referem à situação geopolítica atual: "Trump ameaça com mísseis inteligentes? Encomende um bunker e se esqueça de Trump!"
Há empresas que recorrem a problemas mais comuns: "Tem medo de ladrões? De desordens? Epidemias? Quer salvar sua vida? A melhor opção é um bunker-cofre-forte autônomo!"
Um correspondente do jornal russo Komsomolskaya Pravda visitou umas destas cinco empresas onde lhe ofereceram bunkers por 1,5 milhão de rublos (R$ 82.843) a 4 milhões (R$ 220.915).
"Nenhum abrigo existente no mercado poderá sobreviver ao impacto direto de uma bomba", explicou o diretor de uma das companhias, Oleg Sazonov. "Quanto mais terrível é a ameaça e mais tempo é preciso se esconder, mais caro é o refúgio. É preciso cavar mais profundo e levar consigo alimentos. Normalmente os bunkers são feitos de concreto, mas também se pode enterrar um contêiner de metal."
Segundo explica Sazonov, um bunker dá a oportunidade de sobreviver as principais consequências de um ataque nuclear: onda de choque, radiação e poeira radiativa. Já em tempos de paz, seu bunker pode se transformar em uma sala de cinema, uma adega, um ginásio ou cofre.
A demanda cresce na primavera, mas neste ano aumentou mais do que o comum, diz o diretor da empresa, mas acrescenta que o interesse não alcança os níveis de 2014.
A companhia firma com um cliente um acordo confidencial para que ninguém saiba sobre seu refúgio.
"Mesmo nossos trabalhadores às vezes não sabem onde e o que estão construindo. Aos vizinhos se pode dizer que o dono da casa está cavando o poço para uma piscina", comentou o empresário.
Se uma explosão nuclear destruir tudo sobre o bunker, deixando-o sem eletricidade, há a possibilidade de pedalar uma bicicleta para produzir energia.
Às vezes, nos contêineres subterrâneos são instalados equipamentos capazes de manter certa temperatura e humidade, explica o diretor-geral de outra empresa, especializada em construção e abrigos, Danila Andreev. Lá os donos podem guardar uma coleção de pinturas ou armas.
Segundo Andreev, colegas norte-americanos têm muito mais trabalho visto que a demanda por bunkers é maior. "Lá compram bunkers em massa! E os mais baratos são em forma de barril. Graças à sua forma simplificada, aguentam uma onda de choque após uma explosão nuclear."
Segundo opina, parece que os norte-americanos temem muito uma guerra nuclear contra a Rússia.