Macron defende acordo com Irã na presença de Trump e pede participação russa

A França quer trabalhar em um novo acordo nuclear com o Irã que incluiria países como Rússia e Turquia, disse o presidente francês, Emmanuel Macron, durante uma conferência de imprensa conjunta com o presidente dos EUA, Donald Trump, em Washington, nesta terça-feira.
Sputnik

"Por vários meses, venho dizendo que este [acordo nuclear] não era o suficiente, mas que nos permitiu, pelo menos até 2025, ter algum controle sobre suas atividades nucleares", afirmou Macron na Casa Branca. "Queremos, a partir de agora, trabalhar em um novo acordo com o Irã".

Macron diz não ter 'plano B' para acordo nuclear com Irã

A Rússia e a Turquia deveriam estar envolvidas na negociação de um novo acordo com o Irã, acrescentou Macron.

O líder francês disse também que Trump não deveria "romper" o atual Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA), mas sim construir um acordo mais amplo. "Eu sempre disse que não deveríamos destruir o pacto e não ter nada, acho que não seria uma solução", declarou.

Em 12 de maio, Trump deve anunciar se vai estender as isenções de sanções dos EUA para o Irã sob o JCPOA, ou se revogará todo o acordo – algo que Teerã já adiantou que trará sérias consequências.

Trump criticou repetidamente o JCPOA — negociado por seu antecessor, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama — e ameaçou retirar os Estados Unidos do acordo caso não seja alterado.

Apesar da confirmação anterior da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de que os iranianos estão cumprindo os termos do acordo, o presidente dos EUA ameaçou abandoná-lo se seus "defeitos" não fossem corrigidos.

Irã adverte Trump: caso acordo nuclear seja descumprido, consequências serão graves

Em 14 de julho de 2015, China, Alemanha, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos — coletivamente referidos como grupo P5 + 1 — assinaram o JCPOA com o Irã. O acordo estipulava o levantamento gradual de sanções anti-Irã em troca de que Teerã controlasse seu programa nuclear e permitisse inspeções para garantir que a natureza do programa fosse pacífica.

Em janeiro deste ano, os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e a Alemanha criaram um grupo de trabalho para redigir um anexo ao acordo nuclear.

Comentar