Polêmica: Senador sugere uso de 'remédios do passado' contra produtos caros na Rússia

O senador Sergei Lisovsky alertou contra o uso de medicamentos caros e poderosos anunciados na TV, e aconselhou os russos a confiarem em remédios simples e baratos que eram tradicionalmente usados no passado.
Sputnik

"Eu nunca vi propagandas de televisão sobre permanganato de potássio, que era usado para me tratar quando eu era jovem, ou ácido ascórbico que funcionava muito bem", disse Lisovsky, segundo o portal de notícias Ura News.

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O permanganato de potássio é um anti-séptico, enquanto o ácido ascórbico é outro nome para a vitamina C.

O senador sugeriu que marcas caras pertencentes a empresas farmacêuticas internacionais são usadas principalmente por pessoas pobres, que não podem pagar consultas adequadas com um médico. Ele disse que seguir cegamente os conselhos das propagandas farmacêuticas pode agravar as condições e, finalmente, custar ao Estado mais dinheiro para os tratamentos de saúde.

Lisovsky iniciou sua carreira de negócios em meados dos anos 90, fundando empresas de gerenciamento de eventos e produção musical. Seu sucesso nessas áreas levou a empreendimentos adicionais no setor publicitário, especializando-se em anúncios de TV e, mais tarde, em promoção política e consultoria. No entanto, em meados dos anos 2000, ele vendeu suas empresas de publicidade e consultoria, mudando para o setor agrícola comprando um grande complexo de aves.

No início deste mês, o vice-presidente da Duma, Pyotr Tolstoy, sugeriu que os russos usassem a casca de carvalho e o espinheiro em vez de medicamentos caros e de marca. Suas palavras causaram uma tempestade de comentários furiosos na mídia de massa e na internet. O legislador subsequentemente minimizou sua declaração como uma piada.

"Quando as pessoas não conseguem entender uma piada, só podemos nos arrepender de sua perda do senso de humor. Na minha opinião, as pessoas que discutem isso nas redes sociais podem realmente usar algumas", afirmou à rádio Moscow Calling.

O interesse pela situação de produtos médicos importados aumentou na Rússia nas últimas semanas, já que em meados de abril a Duma preparou um projeto de lei de sanções recíprocas contra os Estados Unidos que continha, entre outras coisas, a proibição de importações de produtos fabricados nos EUA, como medicamentos. Também se aplica a remédios feitos por empresas internacionais com pelo menos 25% de participação de cidadãos ou empresas dos Estados Unidos ou de outros países que participam da campanha anti-russa em andamento.

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A mídia de massa e as pessoas nas redes sociais reagiram às notícias com agitação, ressaltando que a proibição de medicamentos importados poderia prejudicar muito mais os pacientes russos do que as empresas estrangeiras. Os legisladores responderam dizendo que a proibição não será aplicada a medicamentos que não tenham equivalentes produzidos na Rússia ou nações que não tenham imposto sanções à Rússia.

Independentemente disso, o Comitê de Política Social da Câmara Alta recomendou na terça-feira a exclusão da proibição de importações medicinais do projeto de lei anti-sanções, dizendo que tal medida exigiria uma análise minuciosa do mercado e das estatísticas médicas no país.

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