Coreia do Sul sai debaixo do 'guarda-chuva nuclear' dos EUA, afirma analista

O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, pediu ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, para trazer paz e prosperidades à península coreana.
Sputnik

Foi concluída a primeira parte das negociações oficiais dos dois líderes coreanos. A reunião histórica aconteceu em Panmunjom, na zona desmilitarizada que separa os dois países. Pouco antes de se sentarem à mesa de negociações, os dois líderes se cumprimentaram na linha de demarcação militar trocando aperto de mão.

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Kim Jong-un cruzou a linha divisória e se tornou o primeiro líder norte-coreano a atravessar para o lado "sul".

Durante o dia, os líderes dos países coreanos planejam discutir questões de melhoria de relações entre o Norte e o Sul, paz e perspectivas de reunificação. O encontro já foi batizado como histórico.

Na semana passada, Kim Jong-un anunciou que a Coreia do Norte, desde 21 de abril, interrompeu qualquer atividade nuclear, bem como fechou local de testes nucleares no norte do país.

O especialista em assuntos do Círculo do Pacífico, Vladimir Terekhov, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, falou sobre a importância do evento.

"A atenção por parte da mídia corresponde à importância deste evento. Há vários jogadores, bem como jogadores por trás das cortinas que são facilmente visíveis. Duas Coreias, onde alguém empurra um ao outro. O nível das negociações ultrapassa os interesses dos Estados Unidos que estão interessados no programa nuclear da Coreia do Norte. Não podemos esquecer que os EUA, por muito tempo, são considerados uma importante ferramenta de segurança da Coreia do Sul", comentou.

Ainda de acordo com ele, sul-coreanos – por 60 anos – se acostumaram a ficar debaixo do "guarda-chuva nuclear" do país norte-americano, acrescentando que a Coreia do Sul tem seus próprios interesses quanto à solução do assunto coreano como um todo.

"A Coreia do Norte está resolvendo o problema vital de sair das garras do bloqueio econômico, este processo irá longe. É possível que o atual alívio da situação na península coreana e suposta retirada dos Estados Unidos podem corresponder aos interesses norte-americanos. Muito dependerá das relações sino-americanas", acredita o especialista.

O especialista em Coreia e Mongólia da Academia de Ciências da Rússia, Aleksandr Vorontsov, disse ao serviço russo da Rádio Sputnik que o encontro dos dois líderes coreanos é um evento extremamente incomum.

"A história da Coreia é possível devido à liderança do partido na Coreia do Sul que está apoiando o desenvolvimento do diálogo, cooperação com o Norte. A Coreia do Sul está dividida sobre este assunto. É a terceira cúpula da história das relações intercoreanas que ocorreram de maneira conflituosa na maioria das vezes", ressaltou.

Vorontsov acredita que esse encontro abrirá uma nova página, bem como uma nova era nas relações intercoreanas.

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