O ato está agendado para acontecer no centro de Curitiba, na praça Santos Andrade, e reunirá a CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), Nova Central, CSB (Central dos Sindicatos do Brasil) e a Intersindical.
"É o maior ato desde a criação da CUT", disse Vagner Freitas, presidente nacional Central Única dos Trabalhadores aos jornalistas.
"Três fatos unificam as sete maiores centrais sindicais do Brasil neste 1º de Maio: a crise econômica, política e social que tomou conta do país desde o golpe de Estado; a prisão do ex-presidente Lula, em mais uma tentativa de o tornar inelegível e impedir sua vitória nas urnas nas eleições deste ano; e a violência, estimulada pelas crises econômica e política", escreveu Freitas em artigo divulgado pelo sindicato.
O cientista político Pedro Curado, professor do Instituto de Relações Internacionais e Defesa (IRID-UFRJ), em conversa com Sputnik Brasil, concordou com avaliação do sindicalista.
Segundo ele, uma forte oposição ao projeto político petista se articulou há alguns anos e atua nesse sentido desde o impedimento da presidenta Dilma Rousseff.
"Existe um interesse de instrumentalizar a justiça para tirar o PT do poder. E o meio para chegar nisso é a través do suposto combate à corrupção. Como exemplo, não existe até hoje explicação para o fato da justiça não ter investigado o período da presidência do FHC, sendo que os principais delatores que deram origem à Lava Jato trabalhavam na política ainda no período anterior ao governo do PT", disse o interlocutor da Sputnik.
"É de extrema irresponsabilidade retirar da corrida eleitoral o candidato que está na liderança com um argumento tão frágil e um julgamento tão controverso, feito em tempo recorde. Isso faz crer que a prisão do Lula tenha uma relação direta com impeachment da Dilma e que a Lava Jato tem o interesse de tirar o PT do poder. O efeito de instabilidade política que essa tática pode provocar é difícil de calcular".
São Bernardo sem Lula
Além da instabilidade política, os sindicatos, e principalmente a CUT, devem trazer esse ano um forte componente emocional para os discursos.
Segundo o João Cayres, Secretário Geral da CUT/SP, muitos companheiros do ex-presidente se reunirão neste sábado para a missa na Igreja Matriz de São Bernardo de Campo. Ali, todos os anos, é realizada a "tradicional" missa no Dia do Trabalhador.
"Essa será a primeira missa do Dia do Trabalhador sem Lula em muitos anos", lamentou o sindicalista, que planeja se juntar ao acampamento de defesa ao ex-presidente em Curitiba assim que puder.
"No acampamento de apoio ao Lula tem muita gente, tanto o pessoal dos movimentos sociais, quanto o do movimento sindical. Na CUT nós estamos revesando. Toda semana alguém vai", explicou Cayres.
Neste primeiro dia de maio o acampamento deve crescer ainda mais.
E se depender das centrais sindicais, esse Dia do Trabalhador também será dia de #LulaLivre.