Morta em um ataque a tiros no mês de março deste ano, Marielle Franco segue provocando debates de grande repercussão no cenário político carioca. Enquanto sua morte ainda é investigada, sua militância sobrevive na mobilização de ativistas e colegas que vêm se dedicando a levar adiante pautas defendidas pela parlamentar.
A Câmara Municipal DO Rio de Janeiro está lotada de povo! É por você, Mari! É pra honrar seus mais de 46 mil votos! E aí, vereador? #NãoSereiImterrompida#MariellePresente
— Marielle Franco (@mariellefranco) 2 de maio de 2018
📸 Clarice Lissovsky pic.twitter.com/p9giIbLt8x
Na tarde desta quarta-feira, seis de sete projetos de destaque da vereadora foram levados a plenário por iniciativa da equipe da Mandata Coletiva da Marielle e membros do seu partido, o PSOL, na Câmara. Desses, cinco foram aprovados em primeira votação: Espaço Coruja (PL 17/2017, que institui um programa de acolhimento às crianças no período da noite, enquanto seus responsáveis trabalham ou estudam, Assédio não é passageiro (PL 417/2017), que cria a Campanha Permanente de Conscientização e Enfrentamento ao Assédio e Violência Sexual no município do Rio de Janeiro, nos equipamentos, espaços públicos e transportes coletivos, Dossiê Mulher Carioca (PL 555/2017), para auxiliar a formulação de políticas públicas voltadas para mulheres através da compilação de dados da Saúde, Assistência Social e Direitos Humanos do Município do Rio de Janeiro, Efetivação das Medidas Socioeducativas em Meio Aberto (PL 515/2017), que prevê que o município se responsabilize por suas obrigações legais, garantindo que as medidas socioeducativas do Judiciário sejam cumpridas pelos adolescentes em meio aberto e, eventualmente, dando-lhes oportunidades de ingresso no mercado de trabalho, e Dia de Thereza de Benguela no Dia da Mulher Negra (PL 103/2017), que inclui no calendário oficial da cidade o Dia de Thereza de Benguela como celebração adicional ao Dia da Mulher Negra, em homenagem à líder quilombola Thereza de Benguela, símbolo de força e resistência.
Vitória: cinco projetos de @mariellefranco
— PSOL 50 (@psol50) 2 de maio de 2018
foram aprovados hoje na Câmara do Rio, em sessão histórica! Nossas ideias são à prova de balas 💜 #NãoSereiInterrompida
Pressione para que eles sejam aprovados também em segunda votação: https://t.co/3ohnRxrvZY#NãoSereiInterrompidapic.twitter.com/MsvLMnPrnS
O projeto do Dia de Luta contra a Homofobia, Lesbofobia, Bifobia e Transfobia (PL 72/2017), que pretende incluir no calendário oficial a data (17 de maio) que celebra o dia em que homossexualidade deixou de constar como doença do CID-10 (Código Internacional de Doenças), foi adiado, enquanto o projeto de Assistência Técnica Pública e Gratuita para habitações de interesse social (PL 642/2017) será recolocado em votação após reparações técnicas.
Além dos PLs de Marielle, também foi aprovado, com apenas um voto contrário, do vereador Otoni de Paula, um Projeto de Resolução de autoria das vereadoras Tânia Bastos, Luciana Novaes, Rosa Fernandes, Teresa Bergher, Vera Lins e Veronica Costa que dá o nome de Vereadora Marielle Franco à tribuna situada no plenário Teotônio Villela, Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
E mesmo com o chororô machista, por iniciativa das MULHERES VEREADORAS, com apenas um voto contrário, a tribuna da Câmara Municipal do Rio de Janeiro agora se chama Tribuna Marielle Franco. Perdeu a chance de homenagear Marielle! #NãoSereiInterrompida#MariellePresente
— Marielle Franco (@mariellefranco) 2 de maio de 2018
Marielle, grande defensora dos direitos humanos, foi assassinada na noite de 14 de março de 2018, com três tiros na cabeça e um no pescoço, em uma emboscada no bairro do Estácio, na região central do Rio. Junto com ela, foi morto também Anderson Pedro Mathias Gomes, motorista do carro no qual a vereadora estava. As suspeitas são de crime político.