Presidente tcheco admite que país produziu substância parecida ao do caso Skripal

Uma pequena quantidade da toxina A230 (também conhecida como Novichok) foi produzida no Instituto de Pesquisa do Ministério da Defesa da República Tcheca, disse o presidente Milos Zeman nesta quinta-feira, citando relatórios de inteligência.
Sputnik

"Em novembro de 2017, um agente nervoso, classificado como A230, foi testado no Instituto de Pesquisa do Ministério da Defesa, em Brno. A quantidade de substância tóxica produzida era muito pequena e foi destruída depois", afirmou Zeman em um discurso transmitido pela TV Barrandov.

A admissão aconteceu depois que o Ministério de Relações Exteriores da Rússia informar que a substância, identificada como A234 e ligada por especialistas do Reino Unido ao grupo Novichok de agentes nervosos usado supostamente para envenenar um ex-espião russo na Inglaterra, poderia ter sido produzida ou armazenada no passado na República Checa.

Londres suspeita ex-agente de serviços secretos russos de ter envenenado Skripal

Zeman disse em março passado que pediria à contra-inteligência do país para investigar essa afirmação.

Ao mesmo tempo, o presidente tcheco disse que o Instituto de História Militar da República Tcheca e o Escritório Estadual de Segurança Nuclear identificaram a toxina como diferente da usada em Salisbury.

"Também recebi um documento da inteligência militar, que dizia claramente que a substância A230 é da classe Novichok. Como a inteligência militar está mais próxima do assunto do que a contra-inteligência civil, cheguei à conclusão de que uma pequena quantidade de Novichok havia sido desenvolvido e testado em nosso país, e depois destruído, sabemos onde e quando", ressaltou.

O presidente tcheco acrescentou a inteligência militar do país e a inteligência interna, o BIS, discordou sobre qual substância poderia ser classificada como Novichok. A inteligência militar disse que era A230, enquanto o BIS argumentou que era A234.

Comentar