Notícias do Brasil

Empregados da Eletrobras denunciam 'difamação' em campanha de privatização da empresa

Sindicatos e representantes de eletricitários se movimentam contra o que chamam de campanha difamatória do Ministério de Minas e Energia e "jogo de cartas marcadas" no processo de privatização da Eletrobras.
Sputnik

Em Brasília para participar de uma Audiência Pública na Câmara dos Deputados sobre o tema, o diretor da Associação de Empregados da Eletrobrás (AEEL), Emanuel Mendes, em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, classifica como "revoltante" a campanha do Governo Federal:

"Nós recebemos com indignação essa campanha", afirma. 

"É revoltante que a Eletrobras contrate sem licitação uma empresa de comunicação para denegrir a imagem da própria empresa, dizendo que se ela não for privatizada vai quebrar. É uma mentira deslavada. A Eletrobras não está quebrada, nem vai quebrar", enfatiza Emanuel Mendes.

Casa de ferreiro, espeto de pau: venda da Eletrobras não convence base do próprio governo
Para enfrentar essa campanha, a AEEL lançou o movimento "Energia não é mercadoria", que rebaterá peças divulgadas pelo Ministério de Minas e Energia. Serão usadas frases como "Chega de corte de energia no final do Campeonato – com a modernização da Eletrobras a luz está garantida!" e "Você por acaso é sócio da Eletrobras? Preço justo, já!".

"Nós não entendemos a pressa desse governo de privatizar a Eletrobras ainda nesse ano", diz Emanuel Mendes. "Principalmente porque meia dúzia de empresários nacionais quer comprar a empresa em um jogo de cartas marcadas. Essas pessoas estão fazendo lobby no Congresso Nacional para que saia logo esse processo de privatização", conclui o dirigente da AEEL.

Para enfrentar a pressão dos empresários, o movimento está enviando representantes ao Congresso Nacional para tentar sensibilizar os deputados sobre a importância da manutenção da empresa como estatal.

O Governo Federal pretende arrecadar cerca de R$ 12 bilhões com a privatização do sistema Eletrobras, composto por 8 empresas de geração e transmissão e 6 distribuidoras. Técnicos do setor alegam que o valor está abaixo do preço de mercado.

Comentar