Em um vídeo publicado na última semana, se pode ver como membros do grupo nacionalista ucraniano Batalhão Azov agridem Lusvarghi, levando-o de modo violento do mosteiro nos arredores da capital onde estava refugiado. O objetivo do grupo, evidentemente, era "vender" o brasileiro por um soldado ucraniano no âmbito da troca de prisioneiros.
De acordo com o defensor civil, nem as autoridades ucranianas, nem a embaixada brasileira em Kiev contribuíram para a realização do acordo entre a Ucrânia e as repúblicas autoproclamadas, segundo o qual deveria ter sido emitido um passaporte a Lusvarghi (e outros em custódia) com vista à sua saída para o país de origem, ou seja, o Brasil.
"A embaixada do Brasil se recusou a emitir documentos de regresso a Rafael, prestar ajuda quanto ao retorno para casa e simplesmente o apoiar. Minhas numerosas solicitações ao Cônsul da embaixada do Brasil sobre a necessidade de fazer Rafael voltar a casa e os avisos sobre o destino pouco agradável do voluntário no caso de atitude passiva acabaram não por ser ouvidas!", escreveu o advogado na sua página do Facebook.
Porém, esta não foi a acusação mais dura de Rybin. Segundo ele, o grupo de nacionalistas ucranianos "nem precisou buscar Rafael, pois a própria embaixada brasileira avisou as autoridades ucranianas sobre o paradeiro do seu cidadão".
Relembramos que, entre setembro de 2014 e novembro de 2015, Lusvarghi combateu no Exército da República Popular de Donetsk, sendo consequentemente preso na capital ucraniana em outubro de 2016.
Já em janeiro do ano passado, o brasileiro foi condenado a 13 anos de prisão por "atos de terrorismo" contra o Estado ucraniano. Contudo, após algum tempo ele foi libertado por possíveis irregularidades no processo e se refugiou em um mosteiro onde acabou por ser detido na semana passada por um grupo de nacionalistas.