Em 1939, a maioria dos países da América Latina aderiu à Declaração do Panamá, que propunha a "neutralidade" diante do conflito que estava desestabilizando a paz na Europa. No entanto, antes da chegada dos Estados Unidos e do ataque japonês à base de Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941, a pressão de Washington aumentou e muitos se posicionaram como inimigos das forças do Eixo: Alemanha, Itália e Japão.
Além disso, naquela época somente alguns países declararam guerra, todos estavam envolvidos tanto pela grande contribuição de materiais estratégicos, matérias-primas e alimentos como pelas inevitáveis batalhas que aconteceram nos mares a poucos quilômetros de distância de suas costas marítimas.
O caso do Panamá é um paradigma: foi o primeiro país a declarar guerra contra o Japão. O país caribenho fez uma leitura perfeita da situação, mesmo antes dos Estados Unidos. Segundo o Nonsei SGM, o presidente Ricardo Adolfo de la Guardia fez isso no mesmo dia do ataque, o restante dos países fizeram a declaração formal no dia seguinte.
Cuba declarou o Japão como inimigo dias depois do ataque a Pearl Harbor e em seguida declarou guerra aos outros membros do Eixo. A ilha, governada por Fulgencio Batista, colaborou ativamente com os Aliados, autorizando bases navais e aéreas em seu território, além de ajudar nas patrulhas navais.
Durante a guerra os alemães afundaram cinco navios cubanos e o país caribenho conseguiu abater um de seus submarinos.
A ilha também teve participação relevante na exportação de grandes quantidades de açúcar para os países aliados.
O Brasil declarou guerra à Alemanha em 1942, depois que vários submarinos nazistas atacaram a Marinha Mercante Brasileira, afundando 18 navios que transportavam matérias-primas para os Aliados.
O Brasil começou a cooperar com os Estados Unidos; seus aviões decolaram de bases terrestres para se juntar ao patrulhamento da costa. Em dezembro do mesmo ano, o país colocou sua Marinha à disposição da Marinha americana.
O Brasil foi o país latino que mais enviou tropas para a guerra na Europa, deslocando 30 mil homens à frente na Itália. Quase 2 mil foram mortos durante a guerra, 607 deles eram civis.
Em 1942, o México foi forçado a endurecer sua posição frente ao Eixo e declarou guerra antes do ataque dos nazistas a seus navios petroleiros. O país participou ativamente com o envio de uma tropa de aviação que os norte-americanos comandaram.
A Colômbia rompeu relações com o Eixo em 1941 e, em 26 de novembro de 1943, declarou guerra à Alemanha por repetidos ataques que seus navios haviam sofrido por parte de submarinos alemães no Caribe, segundo a Nonsei SGM. Mas cumpre esclarecer que a Colômbia nunca se juntou oficialmente à guerra contra o Império Japonês.
A Argentina expandiu sua economia através do comércio com os Aliados durante toda a guerra. Somente em 1944 o país rompeu relações diplomáticas com o Eixo e declarou guerra em 1945. Estima-se que durante o conflito cerca de 4 mil argentinos lutaram como voluntários dos Aliados.
A participação da Venezuela foi fundamental: o país era o principal fornecedor de petróleo para os EUA. Depois de Pearl Harbor, o Governo de Isaías Medina Angarita decidiu congelar os fundos de todos os cidadãos que tinham nacionalidade de países do Eixo e com a ajuda norte-americana implementou defesas em seus poços de petróleo perante uma possível invasão alemã.
Em 1942, dois petroleiros venezuelanos foram torpedeados e afundados pelos nazistas, fato que não gerou a declaração de guerra, mas o fortalecimento da cooperação com os EUA. Desse modo, foi autorizado o uso temporário de bases militares venezuelanas pelo Exército e a Marinha do país do Norte.
Finalmente, a Venezuela foi à guerra em 1945.
Como aconteceu com a Argentina, a guerra resultou em um impulso positivo para a economia do Uruguai: intensificaram-se as exportações de produtos agropecuários (especialmente o famoso "corned beef", uma carne enlatada) para abastecer os contendentes e isso gerou uma grande receita de capital e certa industrialização.
Durante a guerra, o governo uruguaio tentou manter neutralidade máxima, mas o país declarou guerra à Alemanha e ao Japão em 1945.
O último país a entrar na guerra foi o Chile. Segundo o Nonsei SGM, "em uma ação puramente simbólica", o governo de Juan Antonio Ríos declarou guerra ao Japão em 13 de abril de 1945.