A Sputnik Brasil entrevistou o cientista político Bolívar Lamounier para entender o cenário no MDB e o quadro das eleições presidenciais deste ano. Ele acredita que Meirelles deve ser o candidato do MDB, mas nem mesmo sua candidatura está garantida.
"É mais fácil o Meirelles crescer nas intenções do eleitorado do que o presidente Michel Temer reverter a situação de impopularidade em que ele se encontra. Embora na minha avaliação ele tenha feito coisas muito boas no Governo."
O cientista político diz que a união entre MDB e Meirelles ainda está sendo testada e que sua consolidação depende da capacidade do ex-ministro da Fazenda crescer nas pesquisas de intenção de voto. A união entre MDB e Meirelles "está sendo testada" e depende de sua capacidade de crescer nas pesquisas, afirma Lamounier.
No último sábado (5), Temer e Meirelles participaram juntos do lançamento da candidatura de Paulo Skaf (MDB) ao Governo de São Paulo. Na ocasião, Temer disse: "E aqui registro que eu e o Meirelles estaremos juntos em qualquer hipótese, por isso que o Meirelles veio para o MDB, não é? Nós temos o que dizer, nós temos o que apresentar".
Contudo, o único representante do MDB em encontro de presidenciáveis realizado na terça-feira (8) em Niterói foi Henrique Meirelles.
A última vez que o MDB lançou um candidato presidencial foi em 1994, quando Orestes Quércia conseguiu pouco mais de 1% dos votos.
"Nós temos um grande número de candidatos e a primeira vista todos eles são fracos, não há candidaturas naturais. Portanto é uma situação bem diferente de 1989, quando houve muitas candidaturas mas havia nomes como Ulysses Guimarães, Maria Covas, Guilherme Afif, nomes de expressão nacional", diz
Caso o PT e Lula falhem em transferir seus votos, o cenário mais possível passa a ser um segundo turno entre Alckmin contra o Jair Bolsonaro ou Marina Silva, acredita Bolívar Lamounier.