Aproximando Irã, Rússia e China: saída dos EUA do acordo nuclear cria uma nova aliança

A saída dos EUA do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA) nesta terça-feira fará o Irã a se unir à Rússia e à China, disse um especialista à Sputnik.
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Falando para a Rádio Sputnik, Mohammad Marandi, especialista em estudos americanos da Universidade de Teerã, observou que a população do Irã ficou desapontada com a descisão de Washington, mas fato também ajudou a unir muitas pessoas no país.

"No Irã, as pessoas estão compreensivelmente irritadas", disse Marandi. "Nos últimos três anos, os Estados Unidos vêm violando repetidamente o JCPOA… enquanto falamos, mesmo antes do Trump sair do acordo, se eu quisesse enviar um dólar para o exterior ou receber um dólar do exterior… seria impossível".

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"O sistema bancário ainda não está conectado ao setor bancário global e isso ocorre porque os Estados Unidos estão proibindo e ameaçando bancos, seguradoras e grandes empresas de fazer negócios com o Irã. Então, antes mesmo disso, os EUA estavam violando [o acordo]", explicou Marandi.

"Eu acho que, ironicamente, Trump uniu os políticos iranianos… eles chegaram a um acordo sobre como lidar com os Estados Unidos, que é simplesmente parar de negociar".

Ao comentar a pouca repercussão na imprensa sobre as reações do Irã a respeito do anúncio de Trump na terça-feira, Marandi afirmou não estar surpreso com a mídia ocidental.

"Não estou surpreso [com a falta de relatórios], geralmente é assim: o Irã raramente tem voz", disse ele. "É sempre uma discussão unilateral quando se trata do Irã".

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Marandi também disse que o ex-presidente dos EUA, Barack Obama, que desempenhou um papel importante no acordo de 2015, era na verdade apenas mais uma figura americana a atirar o Irã para baixo do ônibus.

"Pessoalmente, acho que Obama queria ter seu pedaço do bolo… ele queria ter um acordo, mas ele queria continuar a minar o Irã. Acho que é apenas um padrão geral quando se trata do Irã e dos Estados Unidos", disse Marandi. 

"Eu acho que Trump está empurrando o Irã, a Rússia e a China mais para perto um do outro. Eu não tenho muita confiança nos europeus criando pernas próprias em breve… mas os russos e os chineses são parceiros muito mais confiáveis ​​para o Irã", acrescentou o especialista. Segundo ele, a Europa, temendo a ira dos EUA, se fechará para o país do Oriente Médio.

"Os interesses dos EUA ficarão prejudicados mais do que os de qualquer um", concluiu.

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