O acordo feito com a França de compra de 36 caças Rafale de 4ª geração para a Força Aérea da Índia enfrenta fortes críticas devido ao preço supostamente inflacionado de cada unidade, diz a Military Watch.
O preço de cada aeronave anunciado previamente em reiteradas ocasiões pelas autoridades do país, oscila entre US$ 200 e 250 milhões (cerca de R$ 935 milhões), informa a mídia, valor comparável ao preço do novo F-35 norte-americano, considerado o caça mais caro da atualidade.
A França não está disposta a transferir as tecnologias do caça, exigência que a Índia cobra somente de seus parceiros. Em vez disso, as partes concordaram que Paris investirá parte do dinheiro no setor militar indiano e construirá bases para a manutenção das aeronaves.
Mas o maior problema é que a Índia já tem uma opção mais viável para a sua Força Aérea, que são os caças Su-30MKI fabricados em solo indiano pela HAL, sob licença e com a participação da empresa russa Sukhoi.
A Military Watch garante que as últimas modificações dos Su-30MKI – já em processo de instalação nas aeronaves existentes – as coloca na lista dos melhores caças de supremacia aérea disponíveis atualmente para produção em massa.
Por sua vez, a HAL justifica a compra de um novo lote dos "Sukhoi indianos" pela presença de mais de 250 aeronaves deste tipo na Força Aérea do país, seu preço incomparavelmente menor do que o Rafale (cerca de 64 milhões de dólares por unidade, ou seja, três vezes menos) e a superioridade de suas características de voo e armamentos, excetuando talvez o novo míssil ar-ar Meteor, que também faz parte do contrato entre a Índia e a França.
O míssil foi especialmente projetado para o Su-30MKI, e a compra de 40 novos caças adaptados para transportar o projétil desde o início seria uma opção a considerar em vez de modificar as aeronaves existentes.
Os críticos da iniciativa afirmam que a fabricação atual do Su-30MKI na Índia continua a exigir os "kits" de montagem fornecidos pela Rússia, o que significa que a Sukhoi receberá uma parte considerável do contrato.
De qualquer modo, o preço por unidade é várias vezes mais atrativo do que os caças franceses, que nem sequer serão fabricados no país.
Enquanto o desejo da Índia de diversificar suas fontes de armamento é compreensível, a compra dos Rafale em vez dos Su-30MKI transcende a economia e "teria suas razões vinculadas a questões políticas", conclui a Military Watch.