Evidentemente, a esquadra executará outras tarefas estratégicas no decorrer do tempo.
Região 'explosiva'
"Durante a Guerra Fria, a 5ª esquadra da Marinha da URSS operava no mar Mediterrâneo como uma frota para contenção de possíveis ataques de porta-aviões norte-americanos que poderiam atacar a União Soviética cruzando o território da Turquia. A nossa costa sul estava sob ameaça. A principal tarefa dos navios e submarinos da esquadra era impedir que o inimigo chegasse à distância de ataque e realizasse seus planos em caso de conflito armado", disse o especialista militar Konstantin Sivkov.
Ele acrescentou que, desde 2013, a esquadra atual da Marinha da Rússia no Mediterrâneo tem objetivos semelhantes e a presença de mísseis de cruzeiro Kalibr em seus navios aumenta suas capacidades de combate.
Atualmente a força-tarefa no Mediterrâneo usa a mesma tática de monitoramento para antecipar as ações do possível inimigo, tal como nos tempos soviéticos. No entanto, mesmo em tempos de paz, a esquadra operacional tem seus deveres. O Oriente Médio é uma região "explosiva". Os navios equipados com Kalibr podem desempenhar um papel pacificador eficaz contendo as agressões de determinados países e grupos e, ao mesmo tempo, apoiar os aliados da Rússia, garantir a segurança de cidadãos russos que vivem e trabalham nos países da região e assegurar a navegação segura de navios mercantes.
Raio de ação
Outro objetivo importante do fortalecimento da esquadra é a segurança da Frota do Mar Negro em caso de deterioração nas relações com a OTAN. Se um inimigo fechar o estreito de Bósforo, os navios da Frota não conseguirão sair do mar Negro. Nessa situação, a força-tarefa no Mediterrâneo poderá assumir as operações militares com uso dos mísseis Kalibr, que têm um raio de alcance bem maior do que a partir dos mares Negro ou Cáspio.
"O raio de alcance dos mísseis de cruzeiro é bastante amplo para cumprir múltiplas tarefas […] Se for necessário, os navios russos poderão ajudar a Índia, nossa aliada nos BRICS", informou o especialista militar Aleksey Leonkov.
Segundo ele, os mísseis de cruzeiro permitem que a esquadra mediterrânea resolva tarefas estratégicas e mantenha os inimigos longe.
O comandante das Forças Navais dos EUA na Europa e África, almirante James Foggo, declarou que os navios norte-americanos estão prontos para se defenderem dos mísseis de cruzeiro russos, mas não procuram o conflito. Por trás dessa frase diplomática observa-se uma certa preocupação.
"Os norte-americanos não gostam que alguém no mundo tenha mísseis de cruzeiro de longo alcance não inferiores aos seus mísseis Tomahawk", observou Leonkov.