Satã pacífico: saiba características do ICBM russo transformado em foguete-portador

Uma fonte da Sputnik na indústria espacial russa confirmou que esta última está considerando a opção de reiniciar os lançamentos de mísseis balísticos Voevoda para colocar cargas na órbita da Terra. Conheça alguns fatos sobre as caraterísticas do foguete-portador baseado no míssil Voevoda.
Sputnik

Quando o Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START-1) foi firmado, o governo russo começou a considerar outras possibilidades de usar o míssil balístico intercontinental (ICBM) R-36 Voevoda (conhecido na OTAN como SS-18 Satan ou Satã, em português) que foi proibido pelo tratado. Como resultado do projeto Dnepr, muitos destes mísseis foram transformados para transportar satélites comerciais até à órbita da Terra. A Rússia terminou o programa em 2015 devido ao agravamento das relações com a Ucrânia, que fornecia os foguetes auxiliares Zenit para os mísseis, mas agora está pensando em restabelecer o projeto.

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Originalmente, o SS-18 Satan era conhecido por ser capaz de carregar ogivas nucleares múltiplas que poderiam se separar em 10 ogivas de 750 quilotons de TNT cada, com grande número de chamarizes protetores. Após o primeiro lançamento civil de sucesso do "novo" Satã, os engenheiros decidiram usar o míssil MIRV (Míssil de Reentrada Múltipla Independentemente Direcionada) para colocar satélites em órbita. Em junho de 2014, um tal míssil colocou em órbita com sucesso 33 módulos espaciais de 17 países. Esta inovação permitiu reduzir os custos de transporte, fazendo com que o míssil transformado se tornasse uma opção atraente para lançamentos comerciais.

Carga útil significativa

Comparada com outros derivados do míssil SS-18, tais como o Tsiklon-2 e o Tsiklon-3, a modificação Dnepr permitia uma carga útil duas vezes maior. O míssil modificado podia carregar até 3.200 kg à órbita terrestre baixa. O foguete-portador mais próximo dos EUA da mesma classe é o Antares, que pode carregar cerca de 4 toneladas.

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Dos 22 lançamentos civis dos mísseis Satã, apenas um deu errado. Por sua vez, os foguetes da série Antares têm uma taxa de sucesso de 83%. Juntamente com um significativo número de SS-18s não transformados (cerca de 150 unidades), o Satã é uma base cativante para criar um foguete-portador comercial.

Possível sistema de defesa contra asteroides

Embora tal opção não pareça muito pacífica, a ameaça que os asteroides representam para a Terra continua sendo bastante real. Neste contexto, o pesquisador sênior do Centro Estatal de Desenvolvimento de Foguetes, sugeriu em 2013 que os Satãs pudessem ser transformados para ser utilizados contra asteroides de até 100 metros de diâmetro em caso de uma ameaça à Terra.

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