EUA não descartam opção militar na questão da Coreia do Norte

Os EUA nunca excluíram a opção militar na questão da Coreia do Norte, declarou o vice-presidente estadunidense, Mike Pence.
Sputnik

"Nunca excluímos a opção militar", disse Mike Pence ao canal Fox News.

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Anteriormente, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que o chamado "modelo líbio" em relação à desnuclearização da Coreia do Norte seria aplicado "se não chegamos a um acordo" com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, nas negociações marcadas para 12 de junho em Singapura.

Entretanto, a agência de notícias Yonhap comunicou que a Coreia do Norte ameaça cancelar a futura reunião entre Trump e Kim Jong-un devido aos exercícios militares conjuntos de Washington e Seul, que começaram em 11 de maio na Coreia do Sul.

O presidente norte-americano assegurou, por sua parte, que os EUA e Coreia do Norte continuam se preparando para a cúpula, adicionando que não recebeu qualquer notificação de Pyongyang sobre o cancelamento do encontro.

Na entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o cientista político Konstantin Blokhin indica o que podem significar as palavras de Mike Pence.

"Os EUA mostram mais uma vez a todo o mundo que, com eles, são impossíveis quaisquer negociações ou acordos. Podem romper qualquer acordo, abandonar as suas obrigações. Com Trump já saíram da Parceria Transpacífico, do Acordo de Paris sobre o clima, do acordo nuclear iraniano, o próximo será o Tratado INF. Claro que tudo isso revela a natureza dos EUA. Em vez de negociar com a Coreia do Norte depois de as partes terem chegado a um consenso, os EUA param", disse o especialista.

De acordo com o cientista político, para os EUA é mais vantajoso que o problema norte-coreano não seja resolvido.

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"Os EUA baseiam todos os seus passos agressivos nesta ameaça. Para eles é vital agravar permanentemente a situação na península, manter este foco de tensões, porque graças à Coreia do Norte eles podem vender dispendiosos sistemas da defesa antimíssil, justificar a presença do seu contingente militar na Coreia do Sul e Japão, mascarar os passos agressivos de posicionamento de sistemas antimísseis contra a Rússia e a China. Para eles, o problema norte-coreano é a chave para a região. Ele o cultivam todo o tempo, mas não o tentam resolver. Por isso, é claro que, logo que ocorrem negociações, que se alcança algum sucesso, os EUA organizam manobras de grande escala, ou diferentes funcionários se pronunciam no sentido de não excluírem uma solução militar do problema", resumiu Blokhin.

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