"É claro que o país não suporta essa política de reajustes diários, isso fere qualquer planejamento do segmento de transporte que atende todas as cadeias da produção brasileira", declarou ao site Poder 360.
Para o tucano, as falas anteriores de Parente – frontalmente contrário a uma mudança na política de preços da Petrobras, que por sua vez acompanha o mercado internacional de combustíveis – deixam até mesmo o Executivo em situação difícil.
"Da forma como as coisas estão indo, parece que daqui a pouco o presidente da Petrobras vai nomear o presidente da República", provocou o parlamentar tucano, também vice-presidente do Senado Federal.
Na opinião de Cunha Lima, só a demissão de Parente poderia trazer alguma mudança, a fim de levar ao fim da crise causada nesta semana pela greve de caminhoneiros em todo o Brasil, movimento que ameaça o abastecimento de vários itens importantes para a indústria, o comércio e para a própria população.
"Mudar o comando da Petrobras para que se mude a política de preços é um primeiro passo para enfrentar essa crise […] É caos, falta governo, falta ação e é preciso agir", concluiu.
Algumas horas após a declaração do senador tucano, Parente convocou uma coletiva para anunciar a redução de 10% no diesel nas refinarias, garantindo ainda a manutenção da medida por 15 dias.
A redução estimada é de R$ 0,23 no litro do diesel na refinaria, chegando a R$ 0,25 na bomba dos postos para o consumidor.
"O mercado já está demonstrando um sofrimento ao que está acontecendo no país e, portanto, o benefício de se resolver a situação será muito positivo […] Não estamos cedendo à pressão nem à chantagem de ninguém. A gente nunca trabalha pensando no curto prazo. Nosso objetivo é geral valor para o acionista a longo prazo", declarou.