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Eleições 2018: bate-boca no Twitter aquece briga entre Bolsonaro e Alckmin na direita

A esperada disputa por votos da direita conservadora para as eleições presidenciais de 2018 já começou. Tido como candidato mais "moderado" dentre os nomes tradicionais que se lançaram, Geraldo Alckmin (PSDB) iniciou a sua ofensiva contra Jair Bolsonaro (PSL), pelo menos nas redes sociais.
Sputnik

Tudo começou nesta semana durante a sabatina promovida pelo SBT, pelo UOL e pelo jornal Folha de S. Paulo. Questionado sobre o potencial de votação superior do deputado federal e ex-capitão do Exército em São Paulo, o ex-governador paulista o colocou no mesmo balaio do PT.

"O Bolsonaro e o PT são a mesma coisa. É corporativismo puro. Não tem interesse coletivo, é defesa de corporação. Ele votou igual ao PT em todas as pautas econômicas", declarou Alckmin, referindo-se à predileção de Bolsonaro de posições nacionalistas em votações na Câmara dos Deputados – hoje, o seu discurso de campanha é em favor do liberalismo.

A resposta do líder nas pesquisas de intenção de voto – em cenários que excluem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – não tardou e veio pelo Twitter. Bolsonaro atacou o PSDB e o último presidente da República tucano, Fernando Henrique Cardoso, que comandou o país entre 1994 e 2002.

"Geraldo Alckmin me rotula de atrasado por meus votos no passado. Um dos votos que mais me orgulha foi o contra a reeleição de FHC. Não aceitei a propina do seu partido PSDB. Concluo, Sr. Alckmin, estou aguardando alguém da sua laia me chamar de corrupto", rebateu o parlamentar.

O episódio descrito por Bolsonaro remete às denúncias de compra de votos na Câmara em 1997, quando o governo FHC trabalhou arduamente para aprovar a emenda constitucional da reeleição, a qual permitiria ao tucano tentar mais um mandato no ano seguinte – ele foi bem-sucedido em ambas as iniciativas.

Pouco depois, Alckmin também usou as redes sociais para uma tréplica ao ex-capitão do Exército.

"Bolsonaro se irritou quando revelei que vota com o PT em pautas econômicas há décadas, inclusive contra o Plano Real. Em resposta, fugiu do assunto. Fez acusações irresponsáveis ao meu partido, de forma grosseira", comentou.

Também na quarta-feira, o tucano compartilhou o link de uma reportagem feita pela Folha e que trata do crescimento do patrimônio da família Bolsonaro.

A troca de farpas entre os dois já havia começado dias antes, quando ambos foram a um evento ruralista no interior de São Paulo. Alckmin alterou a sua ida ao local justamente para não se encontrar com Bolsonaro, que horas mais cedo havia defendido a liberação de armas para o homem do campo. O tucano seguiu o discurso depois e disse concordar com a medida.

Visto com desconfiança dentro do próprio PSDB que preside, Alckmin segue tendo dificuldades para alavancar a sua campanha. O ex-governador de São Paulo não consegue chegar aos dois dígitos nas pesquisas e vê a concorrência de outros nomes na direita, como o de Rodrigo Maia (DEM), Henrique Meirelles (MDB), Álvaro Dias (Podemos) e o do próprio Bolsonaro.

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De acordo com analistas, a provável ausência de Lula na urna, a fragmentação do cenário político e eleitoral e a resiliência da candidatura de Bolsonaro aumenta a pressão tanto na direita quanto na esquerda, já que o ex-capitão do Exército vai se consolidando como o possível dono de uma das duas vagas para o segundo turno nas eleições de outubro.

Com um índice que oscila sempre entre 15% e 20% há meses, Bolsonaro deve se tornar ainda mais alvo dos adversários, sejam os da esquerda para desqualificá-lo, sejam os da direita para tentar tomar votos dele. A tática de Alckmin de colocá-lo no mesmo balaio do PT é uma das tentativas de fazer a sua candidatura "derreter".

A polarização com Bolsonaro deve permanecer. Para os partidos tradicionais, há a expectativa do início da campanha para valer, a partir de agosto, com TV e rádio, é uma esperança quando o assunto é tirar votos do deputado federal, porém a campanha curta faz com que marqueteiros e assessores indiquem o início antecipado do embate com ele.

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