A Ucrânia deve começar a patrulhar as costas do mar de Azov para conter qualquer ameaça vinda da Rússia, disse Igor Kabanenko, ex-vice-ministro da Defesa da Ucrânia, ao portal Obozrevatel.
Segundo ele, Moscou realiza exercícios navais no mar de Azov próximo às costas ucranianas, o que representa uma "provocação" e uma "ameaça híbrida de invasão por mar".
Kabanenko enfatizou a necessidade de cooperação da Ucrânia com os países ocidentais no âmbito dessa questão. Ao mesmo tempo, ele reconheceu que a cooperação de Kiev com a OTAN é dificultada pelas posições da Hungria, que bloqueia uma série de iniciativas por causa das línguas das minorias étnicas na Ucrânia.
Anteriormente, o Serviço de Fronteiras da Ucrânia afirmou que, desde 30 de abril, o lado russo tem mandado parar diariamente no mar de Azov os navios que seguem para a Ucrânia, alegando inspeções. O Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia informou que as inspeções de navios foram realizadas em conformidade com o direito marítimo internacional.
"As autoridades ucranianas, ao trilhar o caminho da russofobia, já não conseguem se desviar dele, porque isso pode ser considerado como uma rejeição das suas próprias crenças ideológicas […] Provavelmente, os especialistas entendem todo o caráter provocatório dessa declaração de que a Rússia representa uma ameaça no mar de Azov. Mas, mesmo assim, o Ministério da Defesa da Ucrânia terá que fingir que compartilha essa opinião e agirá com medidas adequadas a este discurso", comentou.
Segundo ele, é difícil prever como estas ações da Ucrânia serão na prática, no entanto, acredita que não haverá ações em grande escala.
"Haverá picardias diplomáticas e políticas ou incidentes como a detenção de um barco de pesca russo. Para ações em grande escala, a Ucrânia não tem recursos, nem preparação, nem financiamento", concluiu Gulevich.