Analista explica como questão nuclear norte-coreana pode ser resolvida sem EUA

Pyongyang enviou aos EUA o general Kim Yong-Chol para renegociar a cúpula entre os líderes dos EUA e da Coreia do Norte. Os dois lados estão tentando reagendar o encontro entre Kim Jong-un e Donald Trump depois de o segundo ter anunciado o cancelamento da reunião.
Sputnik

A Sputnik Internacional entrevistou Dr Zhiguang Yin, leitor de chinês na Universidade de Exeter (Reino Unido), para saber a sua opinião sobre a cúpula e sobre como, mesmo sem os EUA, a desnuclearização da península coreana pode avançar.

EUA adiam sanções contra Coreia do Norte após retomada das negociações para cúpula
Para o especialista, Pyongyang demonstrou paciência frente ao comportamento de Trump, o que é um sinal marcante. 

"Quando Trump cancelou a cúpula e depois quis voltar a negociar, a Coreia do Norte demonstrou paciência e vontade de reiniciar as negociações. Eu acho que isso é muito importante", frisou Dr Zhiguang Yin. 

De acordo com o analista, é importante também que as negociações continuem, porque correspondem aos interesses não somente das Coreias, mas também dos EUA e da Сhina. Contudo, ele afirmou que, quer o encontro aconteça ou não, "a bola ainda está no campo dos EUA". 

Dr Zhiguang Yin acredita também que os EUA estão errados ao compararem a Coreia do Norte com a Líbia.

"No se que refere ao modelo líbio de desnuclearização […] eu sinceramente duvido que a Coreia do Norte siga o mesmo caminho falhado. Fazer a comparação com o modelo líbio de desnuclearização é extremamente irresponsável da parte dos EUA e demonstra uma espécie de intimidação", assinalou.  

Coreia do Norte diz que 'está aberta para resolver problemas com os EUA'
Quando perguntado se as relações entre as Coreias podem melhorar sem o envolvimento dos EUA, o analista opinou que sim.

"Nas últimas semanas, vimos quanta influência a China ainda pode ter na questão nuclear da Coreia do Norte. Pela primeira vez nos últimos anos, os líderes da Coreia do Norte e da China se encontraram novamente, assim como os líderes das Coreias do Norte e do Sul […] Ambos demonstraram que, mesmo sem a participação do lado americano, a questão nuclear na península ainda pode avançar".

Comentar