Nesta quinta-feira (31) e na sexta-feira (1), a Câmara dos Deputados da Espanha está reunida para uma discussão do plenário para aprovar uma moção de censura sobre o governo de Rajoy. A iniciativa foi tomada na semana passada pelo PSOE.
O líder do partido, Pedro Sanchez, quer assumir o cargo de primeiro-ministro caso a moção seja aceita. Mas ainda precisa de maioria no parlamento espanhol.
"Sr. Rajoy, você está pronto para renunciar? Renuncie e essa votação sobre censura termina hoje, aqui e agora. Enquanto você for o chefe do governo, isso prejudica nosso país, e atinge também seu partido", disse Sanchez ao Congresso.
Alguns dos políticos envolvidos do PP, incluindo o tesoureiro do partido, deram depoimento afirmando que a liderança do partido estaria ciente do esquema de corrupção.
No dia 24 de maio, a Suprema Corte da Espanha concluiu que 29 dos 37 acusados no caso eram culpados de uma série de crimes de corrupção. Eles foram sentenciados a décadas de prisão e a pagarem milhões de euros em multas. Rajoy, no entanto, afirmou que o veredicto não tem nada que ver com o PP ou mesmo com o governo.
"Sua resposta ao veredicto contradiz o senso-comum e ofende o posto que você ocupa", afirmou Pedro Sanchez, apontando que "o país está cansado de corrupção".
Sanchez também afirmou que estava pronto para anunciar eleições caso assumisse o poder.
O líder do PSOE também prometeu que manteria o orçamento deste ano, aprovado pelo Parlamento na semana passada. Essa promessa pode ser importante sobre como os deputados votarão. A manutenção do orçamento foi apontada como condição pelo Partido Nacionalista Basco para que dessem apoio à moção de censura.
Para ser aprovada, a inicaitiva de Sanchez tem que ser apoiada por 176 deputados dos 350 na Câmara dos Deputados. No entanto, o PSOE tem apenas 84 deputados na casa. De acordo com o jornal espanhol El Pais, a moção pode ser apoiada pelo partido Unidos Podemos, que tem 67 deputados, pelo Partido Compromis Regional de Valencia, que tem 4 deputados, e pelo Partido Novas Canárias, com 1 deputado. Além disso, o resultado da votação depende do apoio dos partidos nacionalistas.