'Enquanto os israelenses estiverem em Gaza, haverá resistência', diz professor palestino

O ministro da inteligência israelense, Yisrael Katz, disse que o país deve suspender seus laços com a Faixa de Gaza em retaliação à mais recente erupção de violência na área e interromper o fornecimento de energia entre outras medidas restritivas. Abdul Sattar Kassem, professor de ciência política, compartilhou suas opiniões sobre isso.
Sputnik

Sputnik: Qual a sua opinião sobre a recente onda de violência na fronteira de Gaza, a mais violenta desde 2014?

Abdul Sattar Kassem: Todos nós esperamos a agressão israelense na Faixa de Gaza, e existe a possibilidade de que os israelenses possam travar uma nova guerra contra nós. Enquanto houver resistência palestina em Gaza, enquanto houver pessoas dispostas a enfrentar os israelenses, Israel continuará suas políticas de agressão contra Gaza. É lamentável que existam palestinos que estão ajudando os israelenses a fim de desmantelar a resistência palestina.

Hamas e Israel teriam alcançado trégua após agravamento da situação na fronteira
Além do embargo ao investimento, há o cerco; os israelenses estão sitiando Gaza, junto com o Egito e a autoridade palestina. Todas essas ações foram criadas para prejudicar a resistência palestina em Gaza, e não acho que essas políticas serão bem-sucedidas.

A resistência palestina ainda está lá em Gaza e permanecerá lá. É uma pena que as políticas americanas estejam tentando recompensar o agressivo Israel às custas dos palestinos.

Sputnik: Qual é a sua reação, professor, à ideia do mau uso da situação na fronteira de Gaza e da resposta das Nações Unidas à situação?

Abdul Sattar Kassem: Olhe para os palestinos, não temos nenhuma fé nas Nações Unidas. A ONU criou o estado de Israel e as Nações Unidas são uma razão para as atrocidades cometidas contra nosso próprio povo.

E se não fosse pelos palestinos, a ONU teria um papel importante em levar os refugiados de volta para suas casas e suas propriedades; como você vê, há uma resolução da ONU pedindo o retorno dos palestinos, e a ONU [não] aceitará Israel como um membro das Nações Unidas, até que Israel tenha uma garantia de que permitirá que os palestinos voltem para suas casas e propriedades.

Nada foi feito a esse respeito, e as Nações Unidas ficaram em silêncio o tempo todo; e nem todos os estados internacionais falam do direito de retorno dos palestinos.

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