A publicação citou vários diplomatas europeus e norte-americanos que afirmavam que Trump disse a seu colega francês Emmanuel Macron, em abril, que manteria sua política comercial por tempo suficiente até que nenhum modelo da Mercedes-Benz estivesse rolando pela Quinta Avenida de Nova York.
A administração Trump abriu uma investigação sobre se as importações de veículos prejudicaram a indústria automobilística norte-americana. Dentro da União Europeia (UE), a Alemanha é o maior exportador de carros para os Estados Unidos.
As montadoras alemãs controlam 90% do mercado de automóveis de luxo dos EUA. A BMW possui as marcas Rolls-Royce e BMW. Já a Daimler tem a Mercedes-Benz enquanto a Volkswagen controla a Bentley, a Bugatti, a Porsche e a Audi.
Dados da associação da indústria ACEA mostram que as importações de carros de passageiros da UE dos Estados Unidos renderam 6,2 bilhões de euros (US$ 7,3 bilhões) no ano passado, enquanto as exportações para o país superaram 37 bilhões de euros.
Em 2017, as montadoras alemãs montaram 804.000 carros nas fábricas dos EUA, exportando outros 657.000 para a América do Norte, de acordo com a associação da indústria VDA.
Espera-se que Trump decida nesta quinta-feira se vai pôr fim a uma isenção da UE de tarifas sobre as importações de aço e alumínio dos EUA. Berlim já avisou que uma medida como essa poderia levar a uma guerra comercial prejudicial.
As autoridades alemãs criticaram a investigação sobre as importações de veículos, o que poderia levar a tarifas de até 25% sobre os mesmos fundamentos de "segurança nacional" que Washington usou para impor taxas de metais em março.
Analistas da Evercore ISI disseram na semana passada que a imposição de tarifas causaria um ônus de 4,5 bilhões de euros para os fabricantes alemães, destruindo seus negócios.