"Os EUA trabalharão tenazmente para formar uma coalizão […] de muitos países a fim de analisar o regime iraniano através de um prisma mais realístico" que inclua "todas suas atividades desestabilizadoras", não somente para a região, mas também para todo o mundo, segundo ela.
Tendo referido a antiga hostilidade entre os EUA e o Irã, Ali Reza Rezahah frisou que as ações da potencial coalizão dificilmente podem prejudicar ao Irã.
"Anteriormente, já testemunhamos as coalizões criadas pelos EUA. A aliança dos EUA contra o Daesh [organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países] não obteve nenhuns sucessos. Na verdade, na luta contra o Daesh o maior êxito foi demonstrado pelas forças de resistência, Irã, Hezbollah e pela Rússia. Caso a nova coalizão dos EUA contra o Irã leve aos mesmos resultados […], tal aliança seria aceitável para o Irã. Igual aos resultados zero da coalizão anterior, as ações desta aliança não levarão a nada", opinou.
O analista acredita também que tais países como a Arábia Saudita, Israel, EAU e Bahrein apoiarão a criação de uma coalizão dos EUA contra o Irã. Segundo Rezahah, antes da iniciativa dos EUA, estes países já estavam tentando lutar contra o Irã, contudo, seus esforços fracassaram.
"Os EUA abandonaram o JCPOA [Plano de Ação Conjunto Global], porém, antes disso, o comportamento dos EUA, mesmo na época do mandato de [Barack] Obama, demonstrou toda a falta de confiança neste país. A formação de tais coalizões é condenada pelo direito internacional. Caso eles [EUA] queiram criar uma aliança que empreenda ações para prejudicar o Irã ou interferir nos assuntos internos iranianos, isso já é outro problema."
Ao destacar o crescimento da influência do Irã no Oriente Médio, o especialista falou sobre a principal diferença nas atitudes do Irã e dos EUA no que se refere à colaboração com outros países.
"Nos últimos anos, a influência do Irã na região cresceu, o que se deve à sua atitude positiva, e isso é evidente. Essa tendência não é aprovada pelos EUA e seus aliados", assinalou, apontando para as mudanças no Líbano e para as eleições no Iraque.
Outro analista, Fuad Izadi, também duvida da eficácia da futura coalizão contra o Irã. De acordo com ele, as iniciativas dos EUA não são novas, já que antigamente Washington prestava apoio ativo a Saddam Hussein na guerra contra o Irã.
De acordo com o especialista, a maior parte dos países, incluindo os aliados dos EUA, criticaram fortemente as ações de Trump.
"Após o anúncio de Pompeo sobre a saída dos EUA do JCPOA, a maior parte dos países condenou a política norte-americana. Até mesmo os aliados tradicionais dos EUA e os países europeus que geralmente seguem os EUA, criticaram suas ações", frisou.
O analista sublinhou que poucos países apoiaram a decisão dos EUA, entre eles estão Israel, Arábia Saudita e o Bahrein, ou seja, os antigos adversários do Irã.