De acordo com as fontes dos respectivos jornais, o chefe do Estado-Maior do Exército, Ri Myong-su, o ministro das Forças Armadas Populares, Pak Yong-sik, e o diretor do Secretariado Político do Exército, Kim Su-gil, deixaram seus postos, escreve o portal russo Gazeta.ru.
O jornal norte-americano explica essas mudanças de quadros se referindo à próxima cúpula entre o líder norte-coreano e o presidente dos Estados Unidos, que deve ocorrer em 12 de junho e se focar na desnuclearização da península coreana.
As fontes da agência de notícias sul-coreana Yonhap são da mesma opinião:
"As mudanças na liderança do exército poderiam estar ligadas ao possível acordo de desnuclearização que o líder Kim Jong-un poderia assinar durante a cúpula com o presidente dos EUA, Donald Trump, em 12 de junho em Singapura", escreve a mídia.
Konstantin Asmolov, diretor de pesquisa do Centro de Estudos Coreanos do Instituto do Extremo Oriente da Academia Russa de Ciências, rejeita a versão que liga essas demissões e a próxima cúpula:
Georgy Toloraya, diplomata russo e especialista em assuntos de Oriente Médio, também duvida que a substituição de oficiais importantes no exército seja uma evidência da possível luta de Kim Jon-un contra os oponentes de sua reconciliação com os EUA. Ao mesmo tempo, ele acredita que esta iniciativa persegue certos objetivos relacionados à futura cúpula.
"A reação natural é pensar que Kim Jong-un está tentando combater a resistência dos militares que se opõem ao seu processo de paz com os EUA, porque eles entendem a sua incapacidade de defender o país sem armas e protestam contra a cedência do arsenal nuclear. Isso explicaria sua demissão por parte de Kim Jong-un", disse ele.
Para mais, ele acrescentou:
"Por outro lado, o objetivo dessas substituições demonstrativas poderia ser mostrar aos americanos que Kim Jong-un está enfrentando muitas dificuldades em relação à sua recusa das armas nucleares. Os negociadores norte-coreanos poderão dizer: ‘Estão vendo, já estamos fazendo o máximo de concessões e o exército está muito insatisfeito, até fomos forçados a demitir seus líderes. Se cedermos mais posições, o exército poderia revoltar-se e vocês enfrentariam um regime muito mais agressivo do que o poder atual."