Alemanha ainda não viu 'nenhuma evidência' do envolvimento russo no caso Skripal

O governo alemão não viu evidência alguma das autoridades britânicas que possam apoiar as alegações de Londres de que Moscou estava por trás do envenenamento dos Skripals, informou a mídia alemã.
Sputnik

Mais de três meses desde o início da investigação sobre o envenenamento do ex-agente duplo russo Sergei Skripal e sua filha Yulia, o Reino Unido ainda está visivelmente fechado quando se trata de qualquer evidência real que possa provar suas acusações contra a Rússia.

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Na quarta-feira, o governo da Alemanha informou um comitê de supervisão parlamentar durante uma audiência fechada que ainda não recebeu nenhuma evidência sugerindo que a Rússia poderia estar por trás do incidente que ocorreu no início de março, informou a emissora de TV alemã RBB.

"Só se sabe que o veneno usado no ataque foi um agente nervoso chamado Novichok, que já foi produzido na União Soviética", disse Michael Goetschenberg, correspondente da ARD alemã e especialista em serviços de segurança, à RBB, comentando os resultados da audiência que ele está familiarizado.

Além desta informação, que foi divulgada pelas autoridades britânicas logo após o incidente, nenhum novo dado sobre a suposta implicação da Rússia neste caso foi fornecido à Alemanha até agora, acrescentou.

A inteligência alemã também não encontrou traços russos neste caso até agora, disse Goetschenberg.

"O BND, a inteligência estrangeira da Alemanha […] também contatou suas próprias fontes e tentou verificar a informação [sobre o envolvimento potencial da Rússia] de alguma forma", afirmou à RBB, acrescentando que eventualmente não encontrou nenhuma evidência apontando para Moscou também.

Após o envenenamento, que Londres culpou em Moscou, usando o agora infame texto "altamente provável", o Reino Unido e seus aliados expulsaram dezenas de diplomatas russos, com Moscou dando uma resposta espelhada.

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A Rússia negou categoricamente qualquer envolvimento, e reclamou que as vítimas não puderam receber visitas de advogados e diplomatas russos, e os resultados da investigação foram mantidos em segredo. O enviado russo ao Reino Unido alegou em várias ocasiões que Londres estava mesmo tentando "destruir" provas na investigação.

Há alguns dias, a Scotland Yard disse que ainda seguia múltiplas pistas na investigação, acrescentando que ainda "não pode discutir os resultados nesta fase". A investigação já custou 7,5 milhões de libras (US$ 10 milhões) aos contribuintes britânicos, segundo o comissário de polícia e crime da região.

Enquanto isso, Sergei e Yulia Skripal foram liberados do hospital após o incidente em 4 de março.

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