A especialista militar Silvina Romano notou na entrevista à Sputnik Mundo que esse problema tem um caráter civil e não tem nada a ver com governança militar na América Latina.
Além do mais, ela chamou atenção para os planos do Pentágono na América Latina.
"Dizem que a base em Neuquén vai ser aberta para ajuda humanitária, mas por trás disso está a presença territorial das forças militares dos EUA. A Patagônia é a entrada à Antártida, tudo isso se faz nos interesses da indústria militar dos EUA. Qualquer projeto do Comando Sul vai contribuir para a indústria das armas norte-americana", explicou a analista.
O terrorismo, a ajuda humanitária, a guerra contra drogas — "tudo isso são doutrinas impostas pelos EUA, é Washington que impõe a agenda e dita quais são os problemas que devem preocupar a nossa região", frisou a analista e pesquisadora.
"De repente começaram a se preocupar com a corrupção, que sempre tem sido um assunto civil", diz Romano.
Conforme ela, há um documento de 2018 do Comando Sul em que a corrupção é classificada como "câncer que devora a democracia" na América Latina.
"A questão é como os EUA pretendem lutar contra ela. Quando falamos da guerra jurídica contra a corrupção, da liquidação de oponentes políticos, falamos sobre a guerra híbrida que é travada sempre e em várias frentes ao mesmo tempo: na mídia, psicologia, economia, etc.", concluiu Romano, investigadora do Centro Estratégico Latino-americano de Geopolítica (CELAG).