A greve de 72 horas, convocada por sindicatos de trabalhadores da Eletrobras, tem como objetivo principal minar os planos do governo de privatizr a Eletrobrás, além de pedir a demissão do atual presidente da estatal, Wilson Ferreira Jr..
"Os trabalhadores do sistema Eletrobras — hoje somos 24 mil trabalhadores — nós deliberamos por uma greve de 72 horas a partir das 00h do dia 11, que tem como pauta principal a luta contra o processo de privatização do sistema Eletrobras, e a gente também está solicitando a saída do presidente da Eletrobras, Sr. Wilson Ferreira Jr.", informou.
De acordo com ele, o presidente da empresa "vem trabalhando no sentido de entregar a Eletrobras a preço de banana […] de forma a destruir o patrimônio do povo brasileiro". Mendes destacou que a instituição é hoje um patrimônio de quase 400 bilhões, enquanto Wilson Ferreira Jr. estaria querendo "entregar a Eletrobras por 12 bilhões de reais".
O Governo Federal pretende arrecadar cerca de R$ 12 bilhões com a privatização do sistema Eletrobras, composto por 8 empresas de geração e transmissão e 6 distribuidoras. Técnicos do setor alegam que o valor está abaixo do preço de mercado.
"Somos contrários à privatização da Eletrobras, porque a Eletrobras é um patrimônio do povo brasileiro, e um patrimônio estratégico para a economia deste país. Somos contrários porque a sociedade irá pagar caro por essa privatização, pagando uma conta mais alta de energia que ela já paga hoje", acrescentou o diretor da AEEL.
Ao comentar as declarações de algumas autoridades de que a greve teria motivações políticas, Emanuel Mendes rechaçou as acusações.
De acordo com ele, a privatização da Eletrobras pode significar um aumento de cerca de 18% na conta de luz para a população, além de gerar uma precarização dos serviços. "Uma eventual privatização significa demissão em massa dos trabalhadores, e a gente assistiu esse filme aqui no Rio de Janeiro.
Foi ressaltado também que a paralisação nestas 72 horas não implica em risco de falta de energia para a população, pois, segundo o diretor da AEEL, Emanuel Mendes, foi feito um esquema de substituição de turnos dos trabalhadores para não faltar energia.