Notícias do Brasil

Greve da Eletrobras tem adesão de 85%: paralisação pode causar apagão no país?

Começou nesta segunda-feira (11) a greve de 72 horsa dos servidores da Eletrobras em protesto contra a privatização da estatal, projeto que o Governo quer concretizar ainda neste mandato de Michel Temer. A Sputnik Brasil conversou com o diretor da Associação dos Empregados da Eletrobras sobre as implicações desta paralisação.
Sputnik

A greve de 72 horas, convocada por sindicatos de trabalhadores da Eletrobras, tem como objetivo principal minar os planos do governo de privatizr a Eletrobrás, além de pedir a demissão do atual presidente da estatal, Wilson Ferreira Jr..

Justiça barra privatizações na Eletrobras
O diretor da Associação dos Empregados da Eletrobras (AEEL) e diretor do Sintergia (Sindicato dos Eletricitários do Rio de Janeiro), Emanuel Mendes, disse à Sputnik Brasil que uma eventual privatização da empresa representa a entrega do patrimônio do povo brasileiro. 

"Os trabalhadores do sistema Eletrobras — hoje somos 24 mil trabalhadores — nós deliberamos por uma greve de 72 horas a partir das 00h do dia 11, que tem como pauta principal a luta contra o processo de privatização do sistema Eletrobras, e a gente também está solicitando a saída do presidente da Eletrobras, Sr. Wilson Ferreira Jr.", informou. 

De acordo com ele, o presidente da empresa "vem trabalhando no sentido de entregar a Eletrobras a preço de banana […] de forma a destruir o patrimônio do povo brasileiro". Mendes destacou que a instituição é hoje um patrimônio de quase 400 bilhões, enquanto Wilson Ferreira Jr. estaria querendo "entregar a Eletrobras por 12 bilhões de reais".

O Governo Federal pretende arrecadar cerca de R$ 12 bilhões com a privatização do sistema Eletrobras, composto por 8 empresas de geração e transmissão e 6 distribuidoras. Técnicos do setor alegam que o valor está abaixo do preço de mercado.

"Somos contrários à privatização da Eletrobras, porque a Eletrobras é um patrimônio do povo brasileiro, e um patrimônio estratégico para a economia deste país. Somos contrários porque a sociedade irá pagar caro por essa privatização, pagando uma conta mais alta de energia que ela já paga hoje", acrescentou o diretor da AEEL. 

Ao comentar as declarações de algumas autoridades de que a greve teria motivações políticas, Emanuel Mendes rechaçou as acusações. 

Casa de ferreiro, espeto de pau: venda da Eletrobras não convence base do próprio governo
"Nossa pauta é muito clara. Somos contra a entrega do patrimônio público, somos contra a entrega e a privatização da Eletrobras. E estamos pedindo a saída do Sr. Wilson Ferreira Jr., porque é uma pessoa que está ajudando a entregar a empresa", disse. 

De acordo com ele, a privatização da Eletrobras pode significar um aumento de cerca de 18% na conta de luz para a população, além de gerar uma precarização dos serviços. "Uma eventual privatização significa demissão em massa dos trabalhadores, e a gente assistiu esse filme aqui no Rio de Janeiro.

Foi ressaltado também que a paralisação nestas 72 horas não implica em risco de falta de energia para a população, pois, segundo o diretor da AEEL, Emanuel Mendes, foi feito um esquema de substituição de turnos dos trabalhadores para não faltar energia. 

Comentar