A cidade de Sochi, que fica na costa do mar Negro, é uma magnífica mistura de dois mundos: aqui tem tanto o clima tropical com praia e palmeiras, quanto as montanhas onde se pode encontrar neve durante todo o ano. Foi essa cidade que em 2014 acolheu os Jogos Olímpicos de Inverno e também foi nela que agora a equipe de Furia Roja defrontou o time do irresistível CR7.
Os fãs começaram a se reunir perto do estádio muitas horas antes do início do confronto. Ao som de canções populares e lemas nacionais, grandes multidões de pessoas vestidas de todas as cores se dirigiam para o magnífico Fisht, que de fato é uma construção sem par, com sua cobertura impressionante parecida com uma nave espacial.
"Às armas, às armas!", gritava um dos grupos, do norte de Portugal, segurando uma bandeira nacional. Em torno deles estava um cerco apertado de espectadores tirando fotos e gravando vídeos. Não é de estranhar — eventos desse tipo são na verdade algo a não perder!
"Cadê a briga? Cadê os ultras?" — poderiam estar perguntando alguns, mas a verdade é que nesta noite o parque olímpico não evidenciou nem um vestígio de rivalidade, nem no próprio campo entre os craques. Os amadores de ambos os times se saudavam com gritos, abrações e a alegria sem fronteiras que só o esporte é capaz de trazer.
"Briga? Nāo! Nós com os espanhóis somos muito amigos", assegura Fernando, um dos torcedores lisboetas que vieram em grupo para acompanhar todos os jogos da Seleção.
"Briga, não. Só que vamos ganhar 2-1 com três autogols da Espanha", ironiza Carlos, da capital portuguesa, que veio à Rússia em um grupo de torcida RAX Portugal.
Mas a torcida não se limitava apenas às bancadas do Fisht. Em torno do estádio, inúmeros barzinhos improvisados estavam cheios de gritos acalorados em todos os idiomas do mundo. A coisa engraçada foi que, por problemas técnicos, a transmissão ao vivo estava um pouco atrasada comparando com a realidade. Daí, os espectadores ouviam o eco dos gritos a partir do estádio, como uma espécie de "spoiler" antes dos gols, que nesta noite foram numerosos.
Já após o jogo espetacular, a Avenida Olímpica foi logo invadida por fãs em euforia, muitos deles cantando o nome da estrela da tarde, o craque Cristiano Ronaldo que arrasou com seu hat-trick, na melodia da legendária "Seven Nation Army" da banda The White Stripes.
Nesta partida histórica, os brasileiros também marcaram muita presença, muitos deles a caminho de Rostov, onde o time canarinho vai defrontar pela primeira vez a equipe da Suíça. Porém, nesta noite compareceram para torcer pela equipe "irmã" — a dos "tugas".
"Assistimos mais jogos de Portugal que do Brasil", ri Renato, de São Paulo, que já tem ingresso comprado para a próxima partida portuguesa contra Marrocos, em 20 de junho.
Outros torcedores do time verde e amarelo não se mostraram tão aficionados por outras equipes, mas expressaram seu amor pelo futebol em si.
"Temos só um time que é o Brasil. Mas hoje… Foi um bom jogo, para os amantes de futebol foi belo", diz um dos brasileiros que montou seu próprio "espetáculo" junto à entrada ao Fisht — expressando toda a sua raiva e ansiedade pela revanche contra os alemães.
Esse foi apenas o início do campeonato. Pela frente, temos ainda dezenas de partidas espetaculares, festas magníficas e emoções em sobra. Acompanhe a Sputnik Brasil para não perder!