O cientista francês e professor da Universidade de Sorbonne, Christophe Réveillard, acredita que por enquanto não há razões para ver o projeto com otimismo.
"Aquilo a que chamam de projetos europeus são na verdade projetos realizados por três ou quatro países, pois apenas três ou quatro países da União Europeia possuem uma indústria de defesa com nível suficiente", opinou Réveillard.
O analista sublinha que a estratégia desenvolvida pela UE é muito duvidosa, sendo uma cópia da OTAN.
"A União Europeia é incapaz de elaborar uma estratégia. Se vocês analisarem a estratégia proposta por [chefe da diplomacia europeia] Federica Mogherini […] verão que ela é na verdade um copy-paste da OTAN. Se alguém cria uma força de defesa, é preciso antes de tudo elaborar uma estratégia. Uma estratégia que não temos", disse o especialista à Sputnik França.
As medidas que já foram tomadas no âmbito da iniciativa de uma defesa europeia comum não passam, para Réveillard, de um "logro". O analista lembra que "a única proposta valiosa" já feita, ou seja, uma força de ataque com 50 mil efetivos, rapidamente perdeu força e apoio e acabou sendo realizada pela OTAN.
"Quando você fala com militares franceses sobre uma força de defesa europeia, eles riem na cara, perguntando para quê criar uma defesa europeia, se nossa estrutura dentro da OTAN funciona e para quê fazer isso se resultará pior, junto com a UE e exércitos que não estão coordenados entre si a nível europeu?", conclui o autor.
Em setembro, o presidente da França, Emmanuel Macron, propôs um plano para criar uma força de defesa conjunta europeia que protegeria a Europa agindo em pontos críticos em todo o mundo. Segundo Macron, a força de defesa conjunta deveria complementar a OTAN em vez de substituir a Aliança. Originalmente, Berlim estava cética em relação à ideia, mas no início de junho a chanceler alemã, Angela Merkel, expressou seu apoio à iniciativa.