Concorrente da OTAN? 9 países europeus assinarão plano de defesa da UE

Nove países da UE formalizarão nesta segunda-feira (25) um plano para criar uma força de intervenção militar europeia, disse um ministro francês, com a Reino Unido apoiando a medida como forma de manter fortes laços de defesa com o bloco após o Brexit, segundo a AFP.
Sputnik

A força, conhecida como Iniciativa Europeia de Intervenção e defendida pelo presidente francês Emmanuel Macron, pretende ser capaz de se posicionar rapidamente para lidar com crises.

Plano de defesa da União Europeia coloca OTAN em alerta
Uma carta de intenções deverá ser assinada em Luxemburgo nesta segunda-feira (25) por França, Alemanha, Bélgica, Reino Unido, Dinamarca, Holanda, Estônia, Espanha e Portugal, disse o ministro francês da Defesa, Florence Parly, ao jornal Le Figaro.

A iniciativa envolve "um trabalho de planejamento conjunto sobre cenários de crise que poderiam potencialmente ameaçar a segurança europeia", segundo uma fonte próxima do ministro, incluindo desastres naturais, intervenção em uma crise ou evacuação de cidadãos.

A iniciativa estaria separada de outra cooperação de defesa da UE, o que significa que não haveria nenhum obstáculo para o Reino Unido tomar parte depois de deixar o bloco.

"Esta é claramente uma iniciativa que permite a associação de alguns países não membros da UE", disse o ministro francês. "O Reino Unido tem estado muito interessado porque quer manter a cooperação com a Europa além dos laços bilaterais", acrescentou.

25 países da UE assinaram um grande pacto de defesa em dezembro, concordando em cooperar em vários projetos militares, mas não está claro se o Reino Unido poderá participar de qualquer um deles depois que deixar o bloco europeu.

A UE tem quatro "grupos de combate" militares multinacionais desde 2007, mas desacordos políticos fizeram com que as tropas nunca fossem mobilizadas.

Força de defesa europeia: cópia da OTAN destinada ao fracasso?
Paris espera que, concentrando-se em um grupo menor de países, sua nova iniciativa possa atuar de forma mais decisiva, livre dos encargos que às vezes dificultam a ação dos 28 membros da UE e da OTAN, composta por 29 membros.

A Itália havia demonstrado originalmente interesse na proposta. O novo governo em Roma "está considerando a possibilidade de se unir" à iniciativa, mas não tomou uma decisão final, disse Parly.

Na sexta-feira (22), a liderança da OTAN, Jens Stoltenberg, afastou a possibilidade de que a iniciativa europeia venha a concorrer com a aliança. Segundo ele, a iniciativa será complementar à OTAN, porém, fez questão de lembrar após o Brexit, 80% do financiamento da organização virá de fora União Europeia.

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