A Alemanha solicitou formalmente aos EUA a certificação dos Eurofighter Typhoon para transportar bombas atômicas B-61, instaladas na Europa no âmbito da partilha de armas nucleares da OTAN na Europa.
Os aviões certificados existentes, os Panavia Tornado da época da Guerra Fria, estão a caminho da obsolescência e, até 2025, devem ser retirados de serviço. Até lá, a Força Aérea da Alemanha precisa de aeronaves para os substituir, diz Zachary Keck em seu artigo para a revista The National Interest.
A Alemanha está estudando quatro opções para manter sua capacidade de realizar ataques nucleares, explicou Keck: os F-35A, os F-15, os F/A-18E/F (todos norte-americanos) e um Eurofighter modernizado.
"Enquanto os Eurofighters poderiam ser certamente modificados para carregar as bombas B-61, há grandes dúvidas sobre se estes caças seriam capazes de sobreviver a uma missão nuclear contra a Rússia, face às crescentes capacidades antiaéreas de Moscou", advertiu Keck.
Para apoiar esse argumento, Keck citou alguns especialistas militares norte-americanos que confirmam as "preocupações" sobre a capacidade limitada dos pilotos alemães de "penetrar as defesas antiaéreas russas" usando os Eurofighter da geração 4+.
O autor lembrou que a excessiva promoção da compra dos F-35 em vez dos Eurofighter custou ao general alemão Karl Muellner seu cargo de chefe da Luftwaffe, a Força Aérea alemã.
De qualquer modo, se a análise de Zachary Keck pode servir de referência para conhecer as opiniões de outros especialistas, é possível antever dois cenários possíveis, um muito pior que o outro.
Ou os EUA procuram vender seus caças à Europa para alimentar sua economia (e é por isso que continuam a insistir na "ameaça russa" aos países aliados), ou tudo isso faz parte dos preparativos para dotar a OTAN com o maior número possível de aviões capazes — suposta e erradamente — de realizar um ataque nuclear contra a Rússia. Se for este o caso, oxalá se trate de um bom marketing.