'Pura fachada': analistas falam sobre último teste de bomba nuclear nos EUA

Os EUA realizaram os testes de qualificação da bomba nuclear guiada B61-12, informou a mídia. Os analistas militares explicaram como esse teste está relacionado à nova doutrina nuclear dos EUA.
Sputnik

Segundo o portal Military.com, a Força Aérea dos EUA, em conjunto com o a Administração Nacional de Segurança Nuclear (NNSA), realizou os primeiros testes de qualificação da nova bomba nuclear guiada B61-12.

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O especialista em assuntos militares e de segurança nacional Aleksandr Zhilin, na entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, opinou que esses testes correspondem à nova estratégia nuclear de Washington.

"Os testes da nova bomba nuclear dos EUA mostram que a reforma iniciada por Trump está sendo realizada em diversas direções. As munições podem ser as mesmas, podem ser guiadas, podem ser mais potentes. Estão apostando na substituição dos portadores', explicou ele.

Segundo o especialista, é de esperar a criação de novos portadores para essas bombas, ou seja, a modernização dos aviões existentes ou o desenvolvimento de novas aeronaves.

"É pena que a continuem a apostar nesse tipo de armas [nucleares], que são absolutamente bárbaras ", concluiu Zhilin.

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O professor Sergei Sudakov, da Academia de Ciências Militares, afirma que a nova bomba nuclear guiada B61-12 é pura fachada para justificar o aumento do orçamento militar norte-americano.

"A bomba B61-12 foi desenvolvida pelos EUA com objetivos conjunturais. Em geral, essa bomba só representa perigo para os países do Terceiro Mundo. Os países que têm uma defesa antiaérea séria interceptarão essa bomba. A B61-12 não é uma ameaça para a Rússia. Foi desenvolvida para aumentar o orçamento militar dos EUA e prestar contas perante os eleitores. É um negócio e pura fachada", explicou ele.

Os EUA planejam posicionar as bombas B61-12 nas bases militares na Europa, ou seja, na Alemanha, Itália, Turquia, Bélgica e nos Países Baixos. De acordo com estimativas preliminares, durante a modernização, que decorrerá ao longo de 30 anos (de 2017 a 2046), o país gastará US$ 25 bilhões (R$ 96 bilhões). As bombas aéreas devem ser compatíveis com os caças polivalentes de quinta geração F-35 Lightning II. Prevê-se que as primeiras B61-12 entrem em serviço até 2020.

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