O conflito se desencadeou no fim de 2016 entre a milícia do líder local Kamwina Nsapu, o grupo Bana Mura e as forças armadas da nação africana junto com outros grupos.
Pessoas deslocadas
A organização internacional sublinha que atualmente em todo o país há 4,4 milhões de deslocados internos devido à violência. A ONU expressou preocupação especial com o ambiente hostil nas províncias de Kivu do Sul e do Norte, assim como nas províncias de Kasai e Maniema, onde aumentou o número das operações de grupos armados como Mai-Mai.
Também de acordo com especialistas da ONU, no conflito armado sofrem muitas crianças, pois com frequência são forçadas pelas milícias a combater sem armas ou apenas com paus", enquanto as forças armadas utilizam armas automáticas. Porém, quase nenhum destes casos foi submetido a processo judicial, escreve RT, citando o relatório.
Canibalismo
Entre outras crueldades do confronto o relatório indica os casos de canibalismo: "Uma vítima nos disse que em maio de 2017 ela viu um grupo de milicianos de Kamwina Nsapu em que alguns deles carregavam genitais femininos como medalhas", diz o documento citado pela Reuters.
Outras vítimas relataram ter visto pessoas que cortavam, cozinhavam e comiam carne humana e bebiam sangue.
O relatório também reporta casos quando meninos foram forçados a estuprar suas mães, meninas foram convencidas que a bruxaria iria fazer com que elas pudessem capturar balas, outras mulheres foram forçadas a escolher entre estupro em grupo ou a morte.
Desconfiança no processo eleitoral
A ONU observa que "se intensificou a intimidação de ativistas dos direitos humanos e jornalistas e continuam sendo registrados muitos casos de detenções arbitrárias por parte das forças de segurança".
O documento destaca que uma das razões para a crise local pode ser a excessiva permanência no cargo do presidente Joseph Kabila, que chegou ao poder em 2001, quando mataram seu pai Laurent-Désiré Kabila.