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Estudante brasileira apresenta ao BRICS aplicativo de combate ao assédio sexual

A estudante Simony César, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), representou o Brasil no 3.º Fórum de Jovens Cientistas do BRICS, realizado na semana passada em Durban, na África do Sul. Ela teve seu projeto de tecnologia Nina, que rastreia casos de assédio à mulher na mobilidade urbana, como um dos concorrentes do evento.
Sputnik

Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 52 milhões de mulheres foram assediadas em transportes públicos no Brasil em 2016, e apenas 10% dos casos chegaram ao conhecimento das autoridades policiais. Foi com o objetivo de lutar contra essa triste estatística que Simony desenvolveu esse projeto, que, infelizmente, acabou não sendo selecionado para a final da disputa. 

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O foco deste 3º Fórum BRICS de Jovens Cientistas foi a importância da ciência, da tecnologia e da inovação como principais impulsionadores da juventude, do empreendedorismo e da liderança. O projeto apresentado pelo Brasil, através da Academia Brasileira de Ciências e do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), é uma espécie de sistema que pode ser inserido dentro de qualquer aplicativo de mobilidade. Ele consegue auxiliar a vítima de forma emergencial, pois ativa usuários próximos, e preventiva, por meio da análise estatística de informações e identificação de linhas e pontos críticos para a mobilidade da mulher na cidade.

Em entrevista à Sputnik Brasil, a aluna do curso de Publicidade e Propaganda da UFPE falou da emoção de ter sido selecionada para o Fórum e contou como foi estar entre os 10 melhores jovens cientistas do bloco dos BRICS.

"Para mim, foi uma surpresa ter saído daqui da zona norte do Recife, de uma comunidade pobre, e ter esse espaço de fala num evento internacional. Foi uma surpresa e um momento muito feliz para mim", disse ela, explicando que o Nina surgiu a partir de uma motivação pessoal, pela experiência de sua mãe como cobradora de ônibus e pela sua própria experiência como estagiária em uma empresa de ônibus. 

"Eu trabalhava do lado do SAC e sabia de todas as denúncias de assédio que chegavam até lá. Mas sabia que não davam em nada. Acho que foi o acúmulo dessas experiências negativas em relação ao transporte dentro de casa, no trabalho e na própria universidade."

Embora o Nina ainda esteja em desenvolvimento, Simony tem a expectativa de que ele se transforme em uma referência global no rastreamento dos casos de assédios que acontecem na mobilidade urbana.

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