No manhã de domingo (8), o desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) Rogério Favreto determinou que Lula deveria sair da cadeia ao acatar habeas corpus apresentado pelos deputados petistas Wadih Damous (RJ), Paulo Teixeira (SP) e Paulo Pimenta.
Moro reagiu e publicou despacho ao meio dia afirmando que o desembargador, que atuava como plantonista, não teria "competência" para deliberar sobre a detenção de Lula. A continuidade do ex-presidente na prisão foi sacramentada por decisão do presidente do (TRF4), Thompson Flores.
"Quando chega o alvará de soltura às 8:30 da manhã, na superintendência da Polícia Federal, o encarregado deveria simplesmente cumprir o que foi determinado pela Justiça. A Polícia Federal, ao invés de cumprir, passa a ligar para juízes, desembargadores, procuradores e superiores pedindo orientações sobre como proceder para que a decisão não fosse cumprida. Por volta das 10 horas da manhã os agentes, sem nenhuma cerimônia, nos informaram que em contato telefônico com o ministro Sergio Moro, que estava de férias em Portugal, foram orientados para que não cumprissem a decisão. Nós só fomos ter uma manifestação formal mais de 2 horas depois, quando chega o primeiro documento do Moro. Ou seja, durante toda a manhã houve um crime de obstrução da Justiça."
O congressista do PT ressaltou que acredita que existe uma "consórcio jurídico, midiático e político" para tirar Lula das eleições presidenciais e que não considera normal que exista uma "militância" de membros do Judiciário.
"Isso mostra como a Lava Jato atua como uma organização", diz Pimenta.
O deputado também afirmou que pretende denunciar ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) "todos os agentes públicos que atuaram de maneira criminosa nesse processo".