"Acho que vocês veem por si mesmos que esses esforços fracassaram e que eles nunca poderiam ter sucesso", disse Putin em uma longa conversa com o jornalista Chris Wallace, da Fox News, na qual comentou o encontro de hoje com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, focando principalmente nas esferas de política e segurança.
De acordo com o líder russo, o seu país está interessado em desenvolver a segurança, a estabilidade estratégica e as relações econômicas com os EUA, apesar dos inúmeros desentendimentos entre as duas potências.
Um desses desentendimentos, no setor militar, diz respeito à crescente presença da Organização do Tratado do Atlântico Norte no Leste Europeu, algo que, se resultasse em uma expansão do bloco na região, com a possível inclusão de países como Ucrânia e Geórgia, seria considerado extremamente negativo por Moscou.
"Mover essa infraestrutura da OTAN para perto das nossas fronteiras seria uma ameaça, e a reação seria extremamente negativa", afirmou, destacando, por outro lado, que o atual desenvolvimento de armas mais potentes por parte da Rússia é apenas uma resposta à retirada dos EUA do Tratado sobre Mísseis Antibalísticos (ABM).
Apesar das recentes tensões entre o Kremlin e a Casa Branca na esfera militar, Putin revelou que um dos assuntos abordados por ele mais cedo foi sobre a prontidão russa para estender o Novo START, o Tratado de Redução de Armas Estratégicas, com os EUA.
"Em 2021, o novo Tratado START está prestes a expirar. Então, o que faremos a seguir?" questionou Putin. "Eu assegurei ao presidente Trump que a Rússia está pronta para estender esse tratado, para prolongá-lo, mas temos que concordar com as especificidades primeiro, porque temos algumas perguntas para nossos parceiros americanos".
Ainda na esfera da segurança, o presidente da Rússia também comentou na entrevista um dos tópicos de maior destaque dos últimos tempos, a desnuclearização da Coreia do Norte, tema diretamente ligado aos Estados Unidos.
"Vou ressaltar novamente que acho que o presidente Trump contribuiu muito, ele fez muito para resolver essa questão. Mas, para alcançar a completa desnuclearização da península, serão necessárias garantias internacionais, e a Rússia está pronta para fazer sua contribuição na medida que for necessário."
Cooperação na Síria, tolice da alegada intervenção russa e restauração de paz nas Colinas de Golã – Putin abordou os problemas mais candentes na cúpula conjunta com Trumphttps://t.co/M8rgkPQc6Z
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) 16 de julho de 2018
Já no que se refere à política russo-americana, Putin afastou mais uma vez a possibilidade de interferência do governo russo em questões internas dos EUA, como a eleição presidencial de 2016, que, segundo autoridades americanas, teria sido alvo de ataques cibernéticos ordenados pelo Kremlin.
"Vocês realmente acreditam que alguém atuando em território russo poderia ter influenciado os Estados Unidos e influenciado a escolha de milhões de americanos?", perguntou. "Isso é absolutamente ridículo".