EUA não sairão da Síria por causa da 'ameaça' iraniana, opina especialista

O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, disse que as tropas estadunidenses vão ficar na Síria até que o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia) seja eliminado, tal como a "ameaça iraniana".
Sputnik

Com isso, o presidente norte-americano, Donald Trump, declarou que a retirada das tropas dos EUA do país árabe está em andamento.

Embaixador russo: eliminação de terroristas no sul da Síria é questão de dias
Já não a primeira vez que assistimos a tal contradição. Por exemplo, depois de Trump ter anunciado a retirada das tropas da Síria em abril, o Pentágono enviou dezenas de unidades militares para o país. Washington começou igualmente a construção de duas bases militares na região da cidade de Manbij, a oeste do rio Eufrates.

Na entrevista à Sputnik Árabe, o especialista egípcio em problemas dos EUA Ahmed Said Ahmed disse que os norte-americanos querem reduzir por todos os meios o nível de relações entre a Síria e o Irã em geral, e na região sul em particular. Isso é necessário, segundo eles, para garantir a segurança de Israel.

Conforme o analista político egípcio Imad al-Hamruni, "as hesitações americanas quanto à retirada [das tropas] da Síria surgiram na sequência das dificuldades internas dos EUA, por causa do conflito de pontos de vista entre a administração do presidente Trump e funcionários do Pentágono, que adiaram a retirada das tropas norte-americanas".

Ele também explicou que "para os EUA é importante ficar na Síria, porque isso permite o controlo sobre as regiões fronteiriças entre a Síria, o Iraque e a Turquia, através das quais passam as rotas do petróleo, gás e outros recursos preciosos".

Para al-Hamruni, a presença iraniana dificulta em grande medida a crise síria e agrava a situação, mas, ao mesmo tempo, a Rússia cria um equilíbrio na situação, já que atua como um "Estado garante da estabilidade". De acordo com o analista egípcio, Israel não tem nenhumas queixas relativamente ao regime sírio e a Bashar Assad e só os avanços iranianos na direção das fronteiras sul da Síria o preocupam.

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