De acordo com Mônica Valente, a América Latina passou os últimos anos construindo e fortalecendo instituições multilaterais, independentemente das orientações ideológicas dos governos, para defender valores comuns às nações da região, como solidariedade, integração, respeito à soberania e ao princípio da não ingerência e busca de soluções pacíficas para crises. Para ela, a adesão de um país do continente a uma aliança militar como essa representa uma ameaça a esses valores e, consequentemente, à paz.
"Obviamente, nos preocupa. E nós consideramos isso um retrocesso e uma ameaça à paz na região. É completamente estranho à nossa cultura política latino-americana esse tipo de resolução de conflitos…", disse ela. "Nós vemos isso como uma ingerência norte-americana na região, o que é inaceitável do nosso ponto de vista", acrescentou.
Uma forma de reagir a essa alegada ingerência, segundo a petista, será através de uma campanha de denúncias contra isso e de fortalecimento dos organismos regionais, como a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
"Contra essa entrada dos nossos países nessas alianças militares que não têm nada a ver com a nossa região, nós vamos fazer uma campanha de manutenção e de resistência… Contra a destruição das instituições multilaterais que os nossos governos progressistas conseguiram construir."