Comentando os resultados da reunião Trump-Juncker em sua página no Twitter, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, ressaltou que percebe os EUA como "não um inimigo", mas como "nosso mais importante parceiro e aliado fora da UE".
"Temos que estabelecer limites ao método de Trump. Ele precisa ver que não pode dividir a Europa", enfatizou Maas.
Suas declarações foram feitas depois que Trump, em negociações em Washington com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse os dois lados "concordaram, em primeiro lugar, em trabalhar juntos para tarifas zero, barreiras não-tarifárias e zero subsídios bens industriais".
Além disso, os EUA e a UE cooperarão para "reduzir as barreiras e aumentar o comércio de serviços, produtos químicos, farmacêuticos, produtos médicos e soja", segundo Trump.
"Este foi um grande dia para o comércio livre e justo. Decidimos lançar uma nova fase de amizade entre os Estados Unidos e a União Europeia; fortes relações comerciais onde ambos venceremos", ressaltou, referindo-se ao acordo.
O ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, por sua vez, saudou as discussões comerciais da UE com Washington, ressaltando que "qualquer acordo comercial deve ser baseado na reciprocidade".
"Toda vez que vejo um político fraco pedindo para interromper as negociações comerciais ou o uso de tarifas para compensar tarifas injustas, eu me pergunto, o que elas podem estar pensando? Vamos apenas continuar e deixar que nossos agricultores e país sejam roubados?", tweetou.
Na quarta-feira, a comissária de comércio da UE, Cecilia Malmstrom, alertou que se Washington decidir impor taxas sobre os carros europeus, a Comissão Europeia introduzirá tarifas sobre produtos americanos no valor de US$ 20 bilhões(R$ 74 bilhões).
Em meados de julho, o presidente Trump anunciou que Washington estava considerando a introdução de 20% em impostos sobre todos os veículos montados na UE. Em junho, Bruxelas impôs tarifas sobre produtos icônicos dos Estados Unidos, como motocicletas Harley-Davidson, jeans e uísque, no valor de US $ 3,3 bilhões, em retaliação à tarifação americana de 25% sobre as importações de aço e 10% sobre o alumínio.