Diplomata: EUA atrasam paz definitiva com Pyongyang para 'não perder controle militar'

A Coreia do Norte devolveu os corpos de soldados norte-americanos que foram mortos durante a Guerra da Coreia. A medida faz parte dos acordos alcançados entre os dois países no mês de junho em Singapura. O delegado especial da Coreia do Norte, Alejandro Cao de Benós, falou com a Sputnik sobre o assunto.
Sputnik

O translado ocorreu no dia do 65º aniversário do armistício, firmado entre as duas Coreias e Estados Unidos após a guerra que se iniciou em 1950 e estendeu-se até 1953.

Coreia do Norte entrega aos EUA restos de soldados americanos
"Em 27 de julho celebramos o Dia da Vitória frente ao império norte-americano que durante três anos bombardeou nosso país. Foi sua primeira derrota oficial no exterior. Estamos buscando a fórmula para firmar a paz definitiva, mas este dia sempre será recordado por isso", disse à Sputnik Mundo o delegado especial da Coreia do Norte para relações culturais com países estrangeiros, Alejandro Cao de Benós.

O governo de Kim Jong-un espera que se acelere a firmação de paz definitiva após a cúpula de 27 de abril com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e a de 11 de junho com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Após ambos os encontros, foram alcançados compromissos para melhorar os laços e alcançar a paz.

"Não podemos avançar em direção aos Estados Unidos se não houver paz primeiro. Estamos em guerra e é um absurdo falar sobre abrir embaixadas ou realizar intercâmbios comerciais ou esportivos. A Coreia do Norte está disposta a fazê-lo, mas até agora a Administração [de Donald] Trump está relutante em firmar a paz definitiva", sublinhou Cao de Benós.

De acordo com o portal especializado na Coreia do Norte, 38 North, o país começou a desmantelar a estação de lançamento de satélites Sohae. Desta forma, Pyongyang estaria cumprindo outro ponto fundamental do acordo com os Estados Unidos.

"Não há razões justificáveis para atrasar a paz final, especialmente depois do acordo de Singapura. Acho que os Estados Unidos não o fazem porque temem perder o controle militar sobre parte do nordeste asiático. Uma vez que não há conflito, será difícil justificar isso", concluiu.

Em 12 de junho, em Singapura decorreu a primeira cúpula da história entre líderes dos EUA e Coreia do Norte — o encontro entre Kim Jong-un e Donald Trump. A cúpula resultou na assinatura de um documento final em que Pyongyang confirmou sua lealdade aos princípios de desnuclearização da península coreana.

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